19 Dez 2023

Criada por baiano, sorveteria leva sabores típicos do Nordeste a São Paulo; conheça a Cangote

Buscando se diferenciar num mercado já competitivo e querendo fugir do que chama de "guerra do pistache", o baiano Anderson Boeira abriu, em fevereiro de 2022, na Vila Buarque, em São Paulo, a Cangote Sorvetes. "É impressionante como é sorvete de pistache coberto de pistache, com granulado de pistache... E pistache não é nem um produto nosso, é super caro e difícil de manter um padrão de qualidade", reflete o empresário, que, por isso, seguiu outro caminho, apostando na regionalidade e na sua memória afetiva. 

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Na efervescente região central da capital paulista, a micro sorveteria nordestina artesanal, como é definida nas redes sociais, confia numa produção limitada sem saborizantes em pó ou emulsificantes, valorizando sabores típicos do Nordeste, como cajá, seriguela, graviola, mangaba, umbu, caju, tamarindo, jenipapo e tapioca. Saindo do óbvio, a ideia do empresário natural de Feira de Santana foi sendo germinada aos poucos, em resposta ao cansaço com sua antiga área de trabalho, na qual atuava como programador, e à saudade da Bahia.
 
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Em São Paulo desde 2012, ele atuou no mercado de tecnologia por 5 anos, antes de começar a se questionar quanto ao futuro. Um restaurante nordestino foi a primeira investida na área da gastronomia, também sob o nome Cangote, em 2017. Mas, por um misto de inexperiência, má localização e pandemia, o projeto não deu certo. Mas, a ideia da sorveteria, que já rodeava sua cabeça quando da abertura do primeiro projeto, passou a ser amadurecida.
 
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"A ideia da sorveteria sempre esteve ali, né? Sempre tinha aquela coceirinha. Eu sempre senti falta de ir numa sorveteria e encontrar o que é o básico pra gente que cresceu na Bahia, no Nordeste em geral. Sempre senti falta de sorvetes mais tropicais, mais refrescantes, com uma identidade, que vem, obviamente, da nossa cultura, dessa coisa afetiva. De você simplesmente querer tomar um sorvete de cajá, meu velho. Simplesmente parar, sentar e tomar um sorvete de umbu. E é impossível achar aqui em São Paulo", conta.
 
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Para dar certo, Boeira investiu em conhecimento e prática: fez curso na Escola Sorvete e conseguiu também um estágio por lá, aprendendo o dia a dia e como lidar com o produto. Optar por uma sorveteria nordestina foi natural e lhe dava conforto saber que trabalharia com produtos que já conhece, do sabor à origem. "Pra mim, não foi difícil, por exemplo, formular a receita de um sorvete de cajá, seriguela, mangaba, porque eu passei a vida toda tomando suco, comendo a fruta, tomando sorvete, picolé, geladinho, né?", relembra.
 
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Pensar fora da caixa tem lhe rendido sucesso. Perto de completar dois anos, logo após o Carnaval de 2024, Boeira acredita que, hoje, atrai dois públicos distintos, aquele que quer conhecer novos sabores e aquele, principalmente composto por nordestinos, que tem na fruta uma memória afetiva e vai à Cangote em busca dessa identificação e de um pouco da sua origem.
 
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"A Cangote reúne muitas histórias, é um lugar muito rico", reflete o empresário, que enxerga os sabores de cajá, seriguella, mangaba e graviola como os mais pedidos entre as opções de frutas, e os de tapioca e nata goiaba, entre os com base de leite. Os sabores, sem dúvida, devem "abraçar" os mais saudosos. "Fico feliz em ver que algumas pessoas vão na sorveteria buscar acolhimento, em uma cidade retratada como fria e muito frenética", revela.
 
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Vá lá: a Cangote Sorvetes fica na R. Aureliano Coutinho, nº 278, na Vila Buarque, em São Paulo.

Fotos: Divulgação.

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