12 Feb 2014
O Sol do Verão

Filipinha
Oieee! Animada com o verão.
A estação solar assume ares lisérgicos na Bahia. Over all. O sol escalda, os perfumes rescendem fortes (quase sufocantes, porque quando se erra, erra mesmo), os decotes são paninhos singelos coloridíssimos a cobrir parte dos corpinhos ou dos corpões. As saias sobem; e como. As saias, em particular, me chamam a atenção. A Senhora, empresária poderosa, hype, num causticante cocktail de verão, de vestido sem mangas e pernocas de fora. Não que se espere muita coisa, mas madame estava pior que o Coliseum – uma ruína só. Difícil desvendar-lhe a cor da pele tantas eram as manchas e a coleção de varizes nas pernas expostas. Desfalecente. Valia uma boa calça.
Ah! Tem os shorts. Adoro shorts. Bem compostos podem refrescar as pernas. Todavia ... é preciso cautela no comprimento e no, digamos, aperto. Sobretudo, amiga, se você está em volta dos 40 ou deles já passou! Veja, todos amam o verão – é maravilhoso; mas nem por isso você precisa ser embalada a vácuo. É constrangedor e é, também, o caso de perguntar: é Friboi? Ai!
Hummm. Lembrei de uma coisa. Os baianos honorários e os baianos retornados. Os honorários mimetizam os retornados; e os retornados mimetizam os honorários. Nesse jogo de espelhos não se sabe quem é quem. Um amigo finíssimo e culto e local, costuma ter dores na mandíbula de tanto ficar boquiaberto. Rsrsrs. E eu a lhe perguntar: estimado, por que ainda te espantas? E ele: são emoções que se renovam num turbilhão de bobagens. Então. Numa lobby party, que todos insistiam em chamar de festa de aniversário, uma retornada decretou: “a coisa (sorry) mais importante da Bahia hoje é a cantora tal – vai sair na coluna hype de sicrana”. Uma celebridade, acompanhada de duas sub-celebridades acólitas, atalhou, aos gritinhos: Imperativo kantiano absoluto! Isto é: verdade incontestável. Agora venha cá meu lindinho (como vocês dizem deliciosamente) a quem pode interessar isso. Oh!
Uma pausa reflexiva: alo? Pronto! Aqui quem fala é a famosa “Fulana”. (Famosa quem?!) Você não me conhece pessoalmente (não conheço mesmo), mas estou louca pra ir em sua festa íntima de aniversário. Sou sua fã. Certo, então venha, né!?
Falando em festa, soube que ano após ano caem os últimos redutos do bem viver. Avalanches coorporativas invadem o espaço da festas privadas e tudo vira lobby party. Patrocinadores exclusivos misturam gente interessante com seus funcionários e fornecedores. Pense. Sou inteiramente a favor da mobilidade social – mas uns podem ir de escada e outros de helicóptero. Ou todos rumo ao infinito de Easy Jet. Mas não precisamos estar juntos no mesmo espaço e ao mesmo tempo, não é? Numa festa de verão, que já foi ótima, tinham tantos coorporativos que quase levaram a decoração do dono da casa. Os copos de serviço, as almofadas e os docinhos eram gifts disputados energicamente. A segurança ostensiva retomava o botim nos filtros de saída. De uma amiga levaram, primeiro a almofada onde amortecia suas ricas carninhas, e depois levaram o banquinho onde se acomodava. Claro, pediram licença todas as vezes. Ela correu pro helicóptero e partiu. Voando literalmente. Fez bem, assim não assistiu a quase submersão do píer, que sucederia logo depois, quando todos queriam ir-se ao mesmo tempo.
Definitivamente, eventos assim never more, não é Edgar?!
*Ah! Para conhecer Filipinha, é só acessar: http://www.aloalobahia.com/cartao-de-visita/
Foto: Alô Alô Bahia.