Empresário que começou a trabalhar com 7 anos e já morou de favor abre mais três sorveterias em Salvador

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Salvador vai ganhar mais três sorveterias. Focando no crescimento das vendas no Verão, a Sorvetes Real vai abrir três novas lojas nos próximos dias. As unidades ficam localizadas na Praia do Flamengo e nos bairros de Piatã e Nova Brasília. 

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Segundo o empresário Natanael Couto, o Tuca, sócio da empresa, a expansão do negócio acontece num importante momento de posicionamento da marca no mercado.

Rede de Sorveteria mira no Verão e abre três novas lojas em Salvador“Nossos produtos têm fidelizado clientes de todos os públicos — inclusive empreendedores que validam a excelente relação custo x benefício com a qualidade e o sabor dos sorvetes, açaís e picolés, que são produzidos aqui direto da fábrica da Sorvetes Real, em São Cristovão”, comentou.

Antes de expandir a marca, e ter várias lojas espalhadas pela capital baiana, o empresário já vendeu seu picolé como se fosse o famoso Capelinha. “Ah, teve a época em que qualquer picolé era Capelinha, né? Comigo não era diferente”. Naquele tempo, a Real produzia clandestinamente em uma micro fábrica, na Baixa do Fiscal. “Era tudo improvisado. Naquela época se vendia muito picolé, mas ninguém ganhava dinheiro porque era um produto ruim e barato. E todo mundo era clandestino”.

Antes de conseguir abrir o próprio negócio, Tuca trabalhou na fábrica de picolés da tia, no Largo do Tanque. Ganhava meio salário mínimo. Em 1989, veio de um povoado de Ubaíra, Centro-Sul da Bahia, em busca de emprego. Perdeu o pai aos 7 anos e tinha que trabalhar para ajudar no sustento da mãe, que ficou no interior. Foi obrigado a abandonar os estudos na antiga 4ª série. Por um ano, dormiu de favor na casa da irmã do padrasto, em Campinas de Pirajá. 

Aos 14 anos, Tuca também chegou a dormir no tapete da casa do irmão, no IAPI, de quem passou a ser funcionário em outra fábrica de picolés na Baixa do Fiscal. Ganhava um salário. Com esse dinheiro, jamais conseguiria abrir a própria fábrica, como já sonhava. Mas, aproveitou que um vizinho entrou em falência. Usou o espaço e o maquinário por um ano e, com a pequena margem de lucro (tinha que dar 50% para o proprietário), criou a Real, em referência ao plano real que surgia naquele ano. Mas, ainda produzia clandestinamente até 1998, quando foi oficialmente registrada.

A grande virada veio entre 2000 e 2002, quando o Jornal Correio* fez uma reportagem justamente tratando do mercado de picolés em Salvador. A fábrica de Tuca foi colocada na matéria como imitação do Capelinha. “Pirataria gelada”, estampou o jornal, com a foto de Tuca. Aí a ficha caiu. “Pensei: ‘Ah, não. Preciso criar minha própria identidade, me diferenciar’”. Tuca absorve críticas muito bem. Ser diminuído, diz ele, é importantíssimo para depois ser exaltado. 

“Rapaz, aquela matéria, que parecia algo negativo pra mim, na verdade me deu uma força incrível. Agradeço muito por ela”, diz. Recomeçou do zero. Reduziu o número de funcionários, melhorou a qualidade e diversificou os sabores, além de ter mudado o formato do picolé. Deu uma nova cara à Real. Até os palitos se tornaram personalizados, com os nomes impressos. Aí as vendas explodiram.

* Por N.R, com informações do Jornal Correio*. Foto: Divulgação e Mauro Akin Nassor/CORREIO​.

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