24 Dec 2012
Você foi um bom menino?

É chegada a hora de fazer a carta a Papai Noel, e pedir a ele que realize alguns desejos. Melhor pensar bastante e escolher direito, afinal, é só uma vez por ano que ele aparece, trazendo em seu saco vermelho de fundo infinito os sonhos de um ano inteiro. Mas, para que tudo dê certo, não basta querer e pedir. É preciso, antes de tudo, responder sinceramente a difícil pergunta: afinal, como foi o seu comportamento este ano? Você foi realmente um bom menino? Pois bem. Coisa difícil é o tal do auto-julgamento. Costumamos ser benevolentes com os nossos erros. Buscamos, a todo instante, justificativas para certas atitudes e, também, para a falta delas. Certamente, ao longo desses últimos 365 dias, mentimos, traímos, falhamos. Mas, na hora do grande balanço, é muito duro admitir qualquer desses tropeços. Duríssimo. Não é nada fácil olhar para dentro de si mesmo e descobrir, lá no fundo, fraquezas, monstros, medos. Escondemos de nós mesmos quem verdadeiramente somos e preferimos, em muitos momentos, fingir que acreditamos em personagens que criamos. Por isso, na hora do acerto de contas com o Bom Velhinho, ficamos receosos em relação ao resultado. Tememos nos ver reprovados no seu teste de merecimento. Sabemos que podemos ser vetados da sua lista de premiados. Se formos honestos, enxergaremos um sem números de motivos para que ele deixe vazio o sapatinho que o aguarda na janela. Mas, mesmo assim, esperamos, ansiosos, ser compreendidos, perdoados. E ficamos aliviados ao ver chegar o Velho Amigo com um sorriso no rosto e uma chance no bolso. Sim. É isso o que ele, mais uma vez, nos trás. A certeza de que, apesar de tudo, poderemos recomeçar, deixando para trás antigos erros e tentando, no ano que se inicia, ser melhores do que fomos durante aquele que agora acaba, para, quem sabe, no próximo Natal, estarmos aptos a dizer em alto e bom som: Sim, eu sou um bom menino!
Por Gilka Maria Andrade/Foto: Reprodução.