Bárbara Carine conquista, pela primeira vez, o Prêmio Jabuti

Bárbara Carine conquista, pela primeira vez, o Prêmio Jabuti

Redação Alô Alô Bahia

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Com informações do CORREIO

Gabriel Cerqueira

Publicado em 20/11/2024 às 20:25 / Leia em 3 minutos

A professora e escritora baiana Bárbara Carine conquistou, pela primeira vez, o Prêmio Jabuti. A premiação, considerada o reconhecimento literário mais importante do Brasil, foi realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), na terça-feira (19), em uma cerimônia no auditório Ibirapuera, em São Paulo.

A baiana foi a melhor na categoria ‘Educação’ com o livro Como Ser Um Educador Antirracista, obra que aponta como a educação e a escola podem ser pensadas a partir de perspectivas racializadas.

Além disso, no livro, Bárbara Carine aborda conceitos ligados à luta antirracista, como pacto da branquitude, racismo estrutural, cotas raciais e educação emancipatória, para discutir as ações pedagógicas e a formação e o papel dos educadores.

Em seu perfil no Instagram, Bárbara falou em um vídeo sobre seu caminho até se tornar escritora.

“No último ano do meu doutorado, eu percebi que eu tinha me formado sem nunca ter lido um intelectual negro na minha vida. Eu percebi que eu me formei psicologicamente a partir de um monte de inverdades acerca da minha potência e acerca da potência dos meus ancestrais. E dali em diante, eu decidi que seria uma força motriz da minha vida ajudar na educação da juventude. Que dali pra frente, tudo que eu estava descobrindo sobre a África, sobre quem nos éramos, sobre quem nós somos, sobre o que nós merecemos, que eu levaria tudo isso pra juventude”, revelou.

Emocionada, ainda se dirigiu aos jovens para falar sobre as dificuldades comuns à comunidade negra e a persistência para superá-las.

“Eu quero falar pra juventude que hoje é Dia da Consciência Negra e, ontem, eu recebi o Prêmio Jabuti. E eu fui uma jovem negra comum, não fui uma pessoa excepcional. Eu vivi muitas coisas que vocês vivem, e com muita persistência e muita ajuda da minha comunidade eu me tornei intelectual, me tornei escritora. E hoje eu estou aqui pra dizer pra vocês que vão dizer muitas coisas, ainda hoje, ruins sobre vocês, sobre nós. Mas, nunca permita que alguém que nunca lutou suas lutas, que alguém que não sabe o que é ser você diga quem você é e onde você pode chegar. A gente é genial, a gente é incrível, a gente consegue ganhar prêmios mesmo nesse país que nos extermina cotidianamente. Eu quero dizer pra vocês que vocês podem muito”.

Além de Bárbara, a 66ª edição do evento também premiou o livro Salvar o Fogo, do autor baiano Itamar Vieira Junior, como melhor romance literário. Esse é o segundo romance de Itamar, que levou o mesmo troféu pelo best-seller Torto Arado há quatro anos.

 

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