Obras de Jayme Figura compõem curadoria de projeto bienal do MAM-SP; outros três baianos participam

Obras de Jayme Figura compõem curadoria de projeto bienal do MAM-SP; outros três baianos participam

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion

Divulgação/MAM-SP

Publicado em 05/04/2024 às 08:58 / Leia em 4 minutos

O artista plástico Jayme Figura está entre os baianos que terão obras expostas no 38º Panorama da Arte Brasileira: 1000º, projeto bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Parque Ibirapuera. Falecido em novembro do ano passado e recentemente homenageado com uma avenida que leva seu nome em Salvador, Jayme teve trabalhos escolhidos pelos curadores Germano Dushá e Thiago de Paula Souza, e Ariana Nuala, curadora-adjunta que acaba de ser integrada à equipe curatorial.

Entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, o projeto bienal apresentará uma seleção de 34 artistas de 16 estados brasileiros. Além de Jayme, os baianos Antonio Tarsis, José Adário dos Santos e Rebeca Carapiá também integraram a lista, que buscou compor um grupo de artistas que fosse plural e interseccional, segundo os curadores.

Obra de Jayme Figura (Foto: Sergio Guerini)

São artistas de diversas gerações, de nascidos na década de 1940 aos nascidos no fim dos anos 1990 e no início dos 2000. A diversidade passa também pelas mídias e linguagens, reflexo da pluralidade que orientou a formulação do projeto. Há artistas que trabalham com matérias orgânicas e mídias tradicionais, práticas espontâneas ligadas a conhecimentos tradicionais e outros mais vinculados a formações acadêmicas, além daqueles que trabalham experimentações com novas mídias, tecnologias pouco convencionais, recursos e imagens digitais, equipamentos industriais e materiais artificiais.

“São artistas que a gente pensa, mas também sente e intui, que carregam uma certa energia que tem tudo a ver com os fundamentos e a visão do projeto, e cujas práticas representam e incorporam o senso de urgência que queremos abordar”, explica o trio de curadores.

Germano Dushá, Thiago de Paula Souza e Ariana Nuala (Foto: Bruno Leão – Estúdio em Obra)

Segundo eles, “o projeto curatorial respeita e chama para um diálogo quente as matrizes de pensamento e modos de fazer centenários, ao passo que traz experimentações com novas tecnologias, cenários urbanos e elaborações de futuros”. A ideia é refletir se e como artistas de contextos tão diferentes, com práticas tão distintas, se aproximam de uma mesma vibração energética. “Para entendermos a igualdade na diferença, e os muitos, e sempre renovados, modos de elaborar a realidade, exercitar a imaginação, fazer arte e viver junto”, explicam, cientes da dificuldade de trazer em uma curadoria o retrato de um panorama cultural e da cena artística brasileira.

“Sabemos que traçar um ‘Panorama da Arte Brasileira’ é uma tarefa impossível já de partida e que seria muita pretensão imaginar que uma exposição de arte contemporânea, ainda mais diante dos limites de tempo, espaço, conceito, dentre outras questões, poderia dar conta da dimensão de um país continental. Nosso projeto curatorial levou isso em consideração”, refletem os curadores, que escolheram o “1000º” (mil graus) como título por trazer a noção de elevada intensidade.

Obra de Jayme Figura (Foto: Sergio Guerini)

“A ideia de uma temperatura oposta ao zero absoluto, uma temperatura máxima intransponível, capaz de derreter qualquer matéria existente, serve como ponto de imaginação para pensar contextos com alta taxa de variação ambiental e situações envolvendo processos de combustão, eletricidade e atrito. Nesse sentido, o projeto orienta-se pelo interesse por formulações ligadas à experimentação, ao risco intenso, às situações radicais, às condições extremas marcadas pelo calor, que nos põem diante da transmutação como destino inevitável e imediato”, contextualizam em, texto de apresentação da mostra, que ficará em cartaz de 3 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025.

Artistas

Além dos baianos, foram selecionados Adriano Amaral (SP), Advânio Lessa (MG), Ana Clara Tito (RJ), Davi Pontes (RJ), Dona Romana (TO), Frederico Filippi (SP), Gabriel Massan (RJ), Ivan Campos (AC), Jonas Van & Juno B. (CE), Joseca Mokahesi Yanomami (RO), Labō (PA) & Rafaela Kennedy (AM), Laís Amaral (RJ), Lucas Arruda (SP), Marcus Deusdedit (MG), Maria Lira Marques (MG), Marina Woisky (SP), Marlene Costa de Almeida (PB), Melissa de Oliveira (RJ), Mestre Nado (PE), MEXA (SP), Noara Quintana (SC), Paulo Nimer Pjota (SP), Paulo Pires (MT), Rafael RG (SP), (BA), Rop Cateh – Alma pintada em Terra de Encantaria dos Akroá Gamella (MA) – em colaboração com Gê Viana (MA) e Thiago Martins de Melo (MA) -, Sallisa Rosa (GO), Solange Pessoa (MG), Tropa do Gurilouko (RJ), Zahy Guajajara (MA) e Zimar (MA).

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