Após reunião com Mauro Vieira, Lula decide expulsar embaixadora da Nicarágua; entenda

Após reunião com Mauro Vieira, Lula decide expulsar embaixadora da Nicarágua; entenda

Redação Alô Alô Bahia

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Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 08/08/2024 às 17:36 / Leia em 3 minutos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu, nesta quinta-feira (8), expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu.

A decisão vem pelo Princípio da Reciprocidade: o presidente Daniel Ortega fez o mesmo com embaixador brasileiro no país, Breno de Souza.

O representante desagradou Ortega por não ter comparecido ao aniversário da Revolução Sandinista, comemorado em evento no dia 19 de julho. Ortega teria se sentido desprestigiado pelo governo brasileiro.

Ele enviou o comunicado da expulsão do embaixador brasileiro na noite de quarta-feira (7).

O Ministério das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira, informou que isso não representa uma ruptura das relações diplomáticas e que todos os serviços consultares prestados à população brasileira que vive na Nicarágua serão mantidos. O MRE estima que 180 nacionais vivam no país centro-americano.

Na prática, as expulsões dos embaixadores reduzem o nível de representação da Nicarágua no Brasil e do Brasil na Nicarágua. Isso porque o embaixador é o nível mais alto de representação de um país em outra nação. Nas relações internacionais, a expulsão de um embaixador é um gesto político que costuma expressar insatisfação.

Bispo preso

A relação entre os dois países vinha sendo desgastada desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou, a partir de um pedido do papa Franscisco, intermediar a libertação de um bispo que havia sido preso pelas autoridades nicaraguenses. Lula informou, em coletiva realizada em julho deste ano com veículos estrangeiros, que Ortega não retornou aos pedidos dele para uma conversa.

O governo da Nicarágua vem sofrendo críticas de organizações de direitos humanos internacionais e de alguns países, em especial os Estados Unidos, que acusam o presidente Daniel Ortega de reprimir a oposição e perseguir críticos com prisões arbitrárias.

“Pelo menos 119 pessoas continuaram detidas arbitrariamente após julgamentos injustos, incluindo Rolando Álvarez, o bispo católico de Matagalpa, que foi condenado a 26 anos de prisão por conspiração e divulgação de notícias falsas”, informou a organização não governamental (ONG) Anistia Internacional em informe publicado em abril deste ano.

A Nicarágua vem sofrendo ainda isolamento internacional, o que inclui sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos na tentativa de isolar economicamente a nação centro-americana.

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