Segredos sombrios de Salvador: 4 lendas urbanas que fazem parte do Halloween baiano

Segredos sombrios de Salvador: 4 lendas urbanas que fazem parte do Halloween baiano

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

CORREIO/Divulgação

Publicado em 30/10/2025 às 20:42 / Leia em 4 minutos

Salvador é mundialmente famosa por toda sua festa e história, mas esconde em suas ruas e construções históricas mistérios que persistem ao longo das décadas.

A capital baiana é um tesouro cultural, com sua rica vida e sincretismo único. Contudo, essa mesma riqueza carrega consigo sombras e segredos que há gerações desafiam a lógica e a razão.

As lendas urbanas não são apenas histórias; elas são a maneira como a cidade mantém viva a sua essência mais misteriosa, sugerindo que em cada esquina histórica pode haver um segredo.

Para celebrar a data mais assustadora do ano, o Dia das Bruxas (Halloween), comemorado neste 31 de outubro, mergulharemos nos contos que fazem os soteropolitanos ficarem de cabelo em pé.

1. O grito de silêncio da Igreja do Carmo

Há cerca de 20 anos, dez amigos decidiram aproveitar a madrugada para jogar futebol bem em frente à Igreja da Ordem Terceira do Carmo, no Centro Histórico.

O local estava deserto e a euforia dos jovens era alta. A felicidade, no entanto, foi interrompida de forma aterrorizante. Em meio aos gritos de gol, um dos rapazes ouviu um sussurro seco: um pedido de silêncio.

Inicialmente, ele ignorou, acreditando ser coisa da mente, mas a voz se repetiu, desta vez mais alta e audível para todos. Antes que pudessem sequer reagir, os portões pesados da igreja tremeram de maneira intensa e inexplicável, sem que houvesse vento ou qualquer causa visível.

Dominados pelo pavor, os amigos fugiram correndo e, desde aquela noite, nunca mais voltaram ao campo.

2. A arca de ouro perdida da Fonte Nova

Foto: Divulgação/Sefaz

O imaginário popular da década de 1920 era movido pela caça a tesouros. Historiadores como Teodoro Sampaio já atestavam a existência de túneis escavados nas rochas que atravessavam a cidade, e a função desses subterrâneos era um mistério.

Uma das mais famosas especulações era que os túneis serviam para esconder riquezas de famílias abastadas durante o período das invasões holandesas, entre 1624 e 1625. O tesouro mais cobiçado era uma arca, que poderia ser de ferro, madeira ou bronze, recheada de joias, prata e ouro, que, dizia-se, estava enterrada entre a Ladeira dos Galés e o acesso à atual Arena Fonte Nova.

A imprensa da época alimentou a febre com reportagens sobre o achado de um crucifixo de ouro nas proximidades. O frenesi levou a uma onda de escavações não autorizadas, obrigando o governo a intervir e proibir a busca. O grande tesouro jamais foi encontrado.

3. Florinda: a enigmática Mulher de Roxo

Foto: Jorge de Jesus/Arquivo CORREIO

Florinda era uma figura inconfundível na histórica Rua Chile, um dos principais centros comerciais de Salvador. Sua presença marcante era de uma mulher descalça, de cabelos desgrenhados e um olhar que intrigava, sempre vestida com uma bata roxa e um grande crucifixo pendurado no pescoço.

A lenda conta que Florinda vinha de uma família tradicional e recebeu boa educação, mas foi levada à loucura por uma desilusão amorosa. Além de sua batina roxa, há relatos de que ela também era vista vestida de noiva, com buquê e véu. Florinda era educada ao abordar as pessoas para pedir esmolas e era frequentemente vista em conversas solitárias.

Sua fama transcendeu as ruas, sendo entrevistada pelo jornalista Marecos Navarro e inspirando o filme “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969), do cineasta Glauber Rocha.

4. O Fantasma da Loira do Palácio Rio Branco

Foto: Divulgação

O Palácio Rio Branco, que um dia foi sede do governo baiano, é o cenário de uma lenda que se tornou um clássico da cidade. A história da Loira do Palácio surgiu a partir do relato de uma funcionária da Secretaria que trabalhava no local.

Em um Carnaval, enquanto o som abafado dos trios ecoava à distância, a funcionária caminhava pelos corredores vazios. De repente, ela ouviu um grito misterioso. Instantes depois, a visão: uma mulher loira, com um vestido de época, surgiu e desapareceu. O mais assustador é a semelhança da aparição com uma das pinturas que adornam o palácio.

O quadro retrata uma mulher loira com os cabelos parcialmente presos por um pente, mas com o restante desarrumado, uma descrição idêntica à do fantasma.

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