O Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou as diretrizes para a realização da cirurgia bariátrica no Brasil, ampliando o grupo de pessoas autorizadas a passar pelo procedimento.
A nova resolução, publicada nesta terça-feira (20), permite que pacientes com menor índice de massa corporal (IMC) e adolescentes a partir dos 14 anos também possam recorrer à cirurgia, desde que cumpram determinados critérios clínicos.
Antes restrita a pessoas com IMC a partir de 35 com comorbidades ou 40 sem doenças associadas, a cirurgia agora está liberada para quem tem IMC entre 30 e 35, desde que haja diagnóstico de doenças como diabetes tipo 2, apneia do sono grave, doenças cardiovasculares importantes, refluxo, doença gordurosa hepática ou renal crônica precoce.
O tempo de diagnóstico dessas doenças ou a faixa etária também deixam de ser fatores restritivos.
Outra mudança significativa envolve os adolescentes. Agora, jovens com 14 anos ou mais poderão ser submetidos à cirurgia, desde que tenham IMC acima de 40 e complicações associadas à obesidade. Entre os 16 e 18 anos, valem os mesmos critérios adotados para adultos.
Segundo Juliano Canavarros, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a liberação representa um avanço no combate precoce à obesidade. “É um passo importante para evitar que esses pacientes cheguem à vida adulta já com o quadro agravado”, disse em entrevista ao g1.
As novas normas também passam a reconhecer cirurgias alternativas aos métodos tradicionais, especialmente em casos de revisão. Entre os modelos incluídos estão o duodenal switch com gastrectomia vertical e o bypass gástrico com anastomose única. Segundo Canavarros, a atualização permitirá um tratamento mais personalizado, com abordagens adaptadas ao perfil de cada paciente.
Entre 2020 e 2024, mais de 291 mil cirurgias bariátricas foram realizadas no país, segundo dados da SBCBM.