A Associação de Moradores do Bairro do Santo Antônio Além do Carmo se reuniu com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), na última quinta-feira (23), para discutir a possibilidade de o bairro fazer parte do circuito oficial de Carnaval. A ideia foi sondada por órgãos estaduais pela primeira vez no ano passado, durante reunião entre a associações da região, a Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA), a Secretaria de Segurança Pública e o MP-BA.
Todos os entes do bairro foram contra a proposta.
Segundo Milena Palácios, produtora cultural e vice-presidente da associação de moradores, os representantes do comércio de bares e restaurantes, bem como representantes de blocos de carnaval do Santo Antônio Além do Carmo, entenderam que a medida não será positiva.
“Somos todos completamente contra, porque isso vai contra a nossa cultura, contra a tradição de blocos carnavalescos, que já temos há 17 anos no bairro, e vai trazer uma descaracterização de uma cultura de carnaval que é feito por moradores e para os moradores daqui, de forma não comercial”, ressalta Milena.
Na oportunidade, a vice-presidente da associação destacou que a entidade apoia as festas no bairro, mas com fiscalização e respeito ao perfil predominantemente residencial que o Santo Antônio Além do Carmo ainda possui. “Entendemos que, por ser um bairro residencial, precisamos que haja fiscalização mínima de volume e decibéis, assim como horário de finalização desses eventos”, afirma.
“O bairro não pode ter festas acontecendo até 2h da madrugada ou bares funcionando nesses horários de segunda a segunda. […] Precisamos que se tenha algum tipo de ordenamento, porque estamos sofrendo uma expulsão involuntária desse bairro”, completa Milena.
Em nota, a Empresa Salvador Turismo (Saltur), reiterou que, conforme foi manifestado durante a última reunião realizada pelas entidades carnavalescas e Ministério Público, “não há nenhuma intenção da gestão municipal em transformar o Santo Antônio Além do Carmo em um espaço oficial do Carnaval e nem do período de pré-carnaval de Salvador”. Segundo a pasta, foi entendido que os moradores não desejam que isso aconteça.
A reportagem do Correio* procurou a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) na última sexta-feira (24) para se posicionar sobre o assunto, mas não obteve retorno.