Pesquisador baiano desenvolve compostos inovadores com potencial para tratar ansiedade

Pesquisador baiano desenvolve compostos inovadores com potencial para tratar ansiedade

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Luana Veiga

Reprodução

Publicado em 20/01/2025 às 18:03 / Leia em 3 minutos

A ansiedade, resposta natural a situações de estresse, pode se tornar um transtorno ao interferir na rotina. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 9,3% dos brasileiros convivem com a condição, o que coloca o Brasil no topo do ranking global. Para avançar no tratamento, pesquisadores do Grupo de Materiais Fotônicos, liderados pelo pesquisador Jorge Fernando Silva, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, identificaram novos compostos químicos com potencial para tratar a ansiedade, que podem reduzir os efeitos colaterais dos medicamentos atuais.

De acordo com Silva, o estudo teve início com a criação de novos compostos químicos baseados em európio e térbio. Em seguida, foi realizada a análise da estrutura e das propriedades desses materiais utilizando técnicas como espectroscopia de infravermelho e fotoluminescência. “A eficácia farmacológica foi avaliada em duas etapas: um estudo in silico, que usou simulação computacional para prever os resultados, e um estudo in vivo, realizado com o peixe-zebra, uma espécie amplamente utilizada em testes biomédicos”, afirma Jorge.

O líder do GMF explica que os novos materiais apresentam uma alternativa viável, tanto do ponto de vista químico quanto econômico, para o desenvolvimento de medicamentos, abrindo novas possibilidades para o tratamento de transtornos. “Embora os ansiolíticos possuam efeitos medicinais úteis, podem causar reações indesejáveis como a dependência química. A pesquisa visa um novo caminho no tratamento de doenças relacionadas à ansiedade e, pela característica intrínseca dos materiais produzidos, diversas possibilidades no estudo e compreensão da atividade ansiolítica que possam minimizar tal efeito”.

A descoberta ainda está em fase de testes e necessita de validações adicionais antes de uma possível aplicação clínica. “Os próximos passos são a otimização dos processos de síntese, a busca por parcerias com a indústria farmacêutica para dar continuidade ao desenvolvimento desses novos fármacos e a atração de investidores, como investidores-anjo, que possam subsidiar a continuidade dessa pesquisa pioneira, envolvendo esses sistemas químicos”, projeta Jorge.

Além do professor Jorge Fernando Silva, a equipe de trabalho é composta por Hélcio Silva, da Universidade Estadual Vale do Acaraú; Aluísio Marques, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira; Emmanuel Silva, Maria Kueirislene, Amâncio Ferreira e Jane Eire Silva, da Universidade Estadual do Ceará; e o mestrando Andrei Marcelino Sá, da Universidade Estadual de Santa Cruz.

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