Uma semana antes de sua morte, Giorgio Armani falou abertamente sobre o futuro da marca que leva seu nome. Em entrevista ao Financial Times, o estilista italiano, um dos nomes mais influentes da moda, revelou como imaginava a sucessão da empresa fundada em 1975 ao lado do sócio Sergio Galeotti.
Armani não teve filhos e construiu sozinho o império do qual era o único acionista. Em 2024, a companhia registrou receita líquida de € 2,3 bilhões (aproximadamente R$ 14,6 bilhões), consolidando-se como uma das mais lucrativas do setor. Aos 91 anos, o criador ainda acompanhava de perto a direção criativa e participava de todas as decisões da grife.
“Meus planos de sucessão consistem em uma transição gradual das responsabilidades que sempre assumi para aqueles mais próximos de mim”, disse na entrevista.
O estilista afirmou ainda que desejava um processo “orgânico, e não um momento de ruptura”, descrevendo sua obra como “um mundo de sofisticação natural, no qual nada é exagerado, mas tudo encontra equilíbrio”.
Na conversa com o jornal britânico, Armani reconheceu sua dedicação quase exclusiva ao trabalho: “Minha maior fraqueza é que estou no controle de tudo. Não sei se usaria a palavra workaholic, mas o trabalho duro é certamente essencial para o sucesso”.
Ele também revelou um arrependimento: “Meu único arrependimento na vida foi passar muitas horas trabalhando e pouco tempo com amigos e familiares”.
Armani morreu na quinta-feira (4), aos 91 anos. Considerado um dos estilistas mais importantes da história, foi comparado a Coco Chanel pela revolução que provocou na forma de vestir homens e mulheres.
Ao suavizar os ternos masculinos e adaptá-los ao guarda-roupa feminino, transformou a alfaiataria em símbolo de sofisticação e liberdade.