TV por assinatura perde espaço em Salvador e sofre queda de quase 42% com avanço dos streamings

TV por assinatura perde espaço em Salvador e sofre queda de quase 42% com avanço dos streamings

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia com informações do Correio

Getty Images

Publicado em 15/07/2025 às 07:53 / Leia em 3 minutos

A TV por assinatura, que foi uma verdadeira febre nos anos 2000, vive atualmente um processo de derrocada. Antes presente em milhares de lares soteropolitanos, o serviço hoje está em menos de 100 mil residências na capital baiana, e os números seguem em queda.

Entre 2019 e 2024, o acesso aos canais pagos caiu 41,8% em Salvador, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O número de assinaturas na cidade passou de 155.971 em 2019 para 90.742 em 2024. Essa redução acompanha o crescimento expressivo do consumo de serviços de streaming, que, nos últimos anos, se consolidaram como uma das formas mais populares de entretenimento entre os baianos.

Em 2022, segundo o módulo sobre Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), feita pelo IBGE, 1,5 milhão dos 4,9 milhões de domicílios baianos com televisão tinham acesso a algum serviço pago de streaming de vídeo, o que representa 30,1% das residências. Embora a pesquisa não traga recorte específico para Salvador, os dados ajudam a entender o cenário local.

Outra pesquisa do IBGE, voltada para o uso da internet, revelou que 2,98 milhões de pessoas utilizaram a rede para assistir a filmes e séries na Região Metropolitana de Salvador no quarto trimestre de 2023, último período com dados disponíveis sobre o tema.

Para o consultor financeiro Raphael Carneiro, em entrevista ao Correio, o surgimento dos streamings escancarou novas opções de entretenimento, inicialmente mais acessíveis. “A Netflix, quando se popularizou, custava R$ 16,90 em um plano único de acesso ilimitado. Logo em seguida, com o aparecimento de outros serviços similares, a TV paga começou a se tornar menos atrativa”, explica.

Ele acrescenta que “o custo da TV por assinatura ficou acima do esperado para o que ela entregava e ainda entrega. Além disso, o modelo do serviço ficou mais engessado, porque a pessoa comprava pacotes específicos e dificilmente via todos os canais, e lá havia produções mais antigas. Novas produções estão surgindo muito mais nos streamings do que nos canais de TV por assinatura”.

Outro fator que contribuiu para o declínio da TV paga foi a mudança no modelo de distribuição de conteúdo de diversos canais tradicionais, que passaram a priorizar os lançamentos em suas próprias plataformas de streaming. Um exemplo é a HBO, cujas produções mais recentes estreiam primeiro na HBO Max, serviço de streaming da empresa.

Em resposta à mudança no comportamento dos consumidores, operadoras de TV por assinatura começaram a adaptar seus modelos de negócio. Algumas, como a Claro Tv+, passaram a oferecer pacotes que incluem serviços de streaming como Netflix, Globoplay, Max e Apple TV+, numa tentativa de manter a competitividade no mercado.

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