O prefeito de Salvador, Bruno Reis, se reuniu nesta segunda-feira (7), no Palácio Thomé de Souza, com integrantes da gestão municipal para discutir a implantação de tecnologias de ponta para auxiliar na prevenção da violência na área da segurança pública. As soluções, que já se destacam como cases de sucesso em outras capitais brasileiras, especialmente São Paulo, poderão ser integradas ao futuro Centro de Controle Operacional (CCO) de Salvador.
No encontro, Reis e outras autoridades discutiram duas iniciativas que serão adotadas em Salvador: o uso de drones israelenses para monitoramento da cidade e a adoção de um sistema já utilizado em São Paulo com reconhecimento facial. A reunião serviu para avaliar os próximos passos para a implantação dessas tecnologias.
O prefeito ressaltou que as duas iniciativas vão auxiliar no combate à violência. “Infelizmente, a insegurança é hoje o principal problema da nossa cidade, é a principal preocupação das pessoas”, lamentou o gestor municipal, aproveitando para reforçar que a segurança pública é “constitucionalmente uma responsabilidade do Estado”.
“Acreditamos que a tecnologia pode ajudar muito a combater a violência e a proteger a população. Não precisa inventar a roda, basta observar boas iniciativas que são realizadas no Brasil e no mundo. Estamos aqui com dois bons projetos e esperamos em breve trazer estas tecnologias para Salvador”, acrescentou o prefeito.
Entre as tecnologias que serão implantadas estão drones de última geração utilizados em Israel para monitoramento aéreo em tempo real e câmeras inteligentes com reconhecimento facial, capazes de identificar foragidos da Justiça e flagrar situações de delito, como invasões, furtos e roubos de veículos.
Os drones permitem uma melhor dinâmica no videomonitoramento, pois eles não são fixos e podem se mover rapidamente, de forma muito ágil. Além de cobrir regiões importantes, eles também podem ser utilizados em áreas de aglomeração temporária, como durante um grande evento.
A ideia, segundo o secretário municipal de Inovação e Tecnologia (Semit), Alberto Braga, é começar na região do Centro Histórico e depois ir escalando para outras áreas da cidade como Rio Vermelho, Barra e Itapuã.
Essas tecnologias deverão ser integradas ao Observatório Inteligente de Salvador, ou Centro de Controle Operacional (CCO), atualmente em construção na Avenida Suburbana, no bairro do Alto do Cabrito, Subúrbio Ferroviário. O equipamento reunirá, em um só local, toda a operação dos órgãos municipais com uso intensivo de dados e inteligência artificial para acelerar a tomada de decisões e otimizar o atendimento à população.
No caso de São Paulo, o sistema Smart Sampa já conta com mais de 26 mil câmeras espalhadas pela capital paulista. Apenas em 2025, o sistema colaborou na prisão de 2.746 pessoas em flagrante, na captura de 1.410 foragidos da Justiça, na localização de 73 desaparecidos e na elucidação de 14 ocorrências com veículos.
Atualmente, a capital baiana conta com 3,7 mil câmeras de vigilância. O plano é ampliar essa rede com novas câmeras dotadas de inteligência artificial e também integrar equipamentos de particulares interessados, como comércios, residências e condomínios.
“Queremos agora abrir também para as câmeras particulares que queiram aderir ao programa de videomonitoramento de Salvador. Ou seja, câmeras de comércios, de casas particulares, de associações de condomínio, de todas as entidades que têm essas câmeras. A gente poderia integrá-las ao sistema”, destacou Braga.