Igreja em Salvador emite comunicado contra batismo de bebês reborn: ‘Fé centrada na vida humana’

Igreja em Salvador emite comunicado contra batismo de bebês reborn: ‘Fé centrada na vida humana’

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Surenã Dias

@pontodevistadrones

Publicado em 20/05/2025 às 11:39 / Leia em 3 minutos

A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, localizada no Pelourinho, em Salvador, divulgou um comunicado oficial nesta terça-feira (20) anunciando que não irá realizar batizados ou outros rituais religiosos em bebês reborns.

No informativo, divulgado através do Instagram, a instituição destaca que os sacramentos são atos sagrados e devem ser tratados com o respeito por aqueles que buscam a benção. “O batismo, em especial, é um rito solene destinado a pessoas reais, marcando o início da vida cristã”.

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos Crédito: Fernando Barbosa/Ascom/Ipac

“Por isso, não realizamos batismos nem qualquer atendimento religioso relacionado a bonecas “reborn” ou objetos semelhantes. A nossa fé está centrada na vida e dignidade humanas”, diz o texto.

A orientação surge em meio ao crescimento da febre das bonecas ultra realistas que tem dominado não somente as redes sociais, mas também debates públicos.

Na última semana, inclusive, um deputado estadual de Minas Gerais protocolou um projeto de lei para impedir que pessoas tentem buscar atendimento médico no SUS para os bonecos. Caso a proposta seja aprovada e descumprida, a norma prevê multa equivalente a dez vezes o valor do serviço prestado indevidamente.

 

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

 

Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Salvador  — Foto: Egi Santana/G1 BA

Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Salvador — Foto: Egi Santana/G1 BA

Uma das mais famosas de Salvador, a história da igreja começou há três séculos, com o surgimento da Irmandade dos Homens Pretos em 1685. A irmandade é responsável pela construção da igreja em 1704. Anos depois, em 1938, o conjunto arquitetônico foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Com fachada azul, que remete ao manto da santa que deu nome da igreja, o templo tem azulejos portugueses dos séculos XVIII e XIX com narrativas da devoção de Nossa Senhora do Rosário e de São Domingos.

Conforme contam os historiadores, o objetivo da irmandade em construir um templo não era apenas ter uma igreja para que fossem feitas celebrações cristãs, mas também um local para reuniões e encontros para que eles pudessem agir socialmente.

Atualmente, o templo católico preserva a história relacionada à diáspora negra. Nas missas de terça-feira, as músicas cantadas são acompanhadas do som dos atabaques.

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