A presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sofreu uma reviravolta, nesta quinta-feira (15), com a decisão do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que determinou o afastamento de Ednaldo Rodrigues do cargo.
No lugar dele, foi nomeado como interventor o vice-presidente Fernando Sarney, que terá a responsabilidade de convocar novas eleições.
A medida tem como base suspeitas de falsificação na assinatura do ex-presidente interino Coronel Nunes, em um acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início do ano, que havia garantido a permanência de Ednaldo no comando da entidade.
Uma perícia apontou indícios de que a assinatura usada no documento pode ter sido forjada. O magistrado também citou dúvidas sobre a capacidade mental de Nunes, diagnosticado com câncer cerebral desde 2018.
Com isso, o acordo que havia encerrado a disputa judicial sobre a eleição de Ednaldo em 2022, na qual ele foi candidato único, foi anulado. A eleição o havia conduzido a um mandato até 2026, posteriormente estendido até 2030 com apoio unânime das federações e clubes das séries A e B.
Sarney, agora à frente da entidade de forma provisória, afirmou que manterá decisões já anunciadas, como a contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira, ainda que o Real Madrid não tenha confirmado oficialmente a saída do treinador. “Sou apenas transitório”, disse ele.
Essa é a segunda vez que o Tribunal de Justiça fluminense afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF, a primeira foi em dezembro de 2023, revertida por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, em janeiro deste ano.
O caso voltou à Justiça estadual por decisão do próprio Gilmar, que, apesar de ter negado pedidos de afastamento, determinou apuração urgente das denúncias apresentadas pela deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e por Fernando Sarney.
Antes do afastamento, Ednaldo tentou articular apoio entre presidentes de federações estaduais em uma reunião na sede da CBF.
Mesmo com o respaldo do departamento jurídico da entidade, que confiava numa possível reversão no STF, a decisão judicial prevaleceu e o afastamento foi determinado. “Quem faz as coisas corretas não tem o que temer”, declarou Ednaldo pouco antes da queda.