Com o objetivo de promover um encontro único entre a arte e o público, a Galeria Mundo tem percorrido o país com um projeto itinerante de 13 fotógrafas, vindas de 10 estados brasileiros. Em Salvador, a mostra gratuita acontece de 28 de abril a 4 de maio, no Largo da Ribeira. O projeto itinerante já passou pelas cidades de Curitiba e Belo Horizonte e, após a temporada na Bahia, segue para Goiânia e Belém.
A exposição, idealizada por Raquel Gandra, tem curadoria de Heldi Reale, Ana Vitório e da própria Raquel. Ao todo, serão expostas em torno de 50 imagens na galeria a céu aberto. “Nossa proposta é democratizar o acesso à arte e levar a fotografia para além dos espaços convencionais de galerias e museus. Pretendemos ocupar espaços urbanos abertos, transformando-os em locais de reflexão, encontro e diálogo”, afirma a diretora artística da Galeria Mundo, Raquel Gandra.
O conceito escolhido para a segunda edição do projeto, já realizado no Rio de Janeiro em 2023, é “Identidade e Território”. A proposta é conectar espaços e culturas distantes, promover o reconhecimento de pontos em comum e o respeito às diferenças e especificidades de cada localidade. A exposição busca destacar a produção de artistas cujos trabalhos abordam de maneira profunda as questões de identidade e território.
Entre as fotógrafas que participam da mostra, estão Cecília Araújo (Goiânia), Joyce Nabiça (Pará), Nayara Jinkinss (Pará), Priscila Tapajowara (Pará), Andressa Zumpano (Maranhão), Luiza Kons (Paraná), Lou Bueno (Paraná), Dolores Orange (Minas Gerais), Lais Reverte (Espírito Santo) e Salemm (Rio de Janeiro), além de Amanda Tropicana (Bahia), Marina Alfaya (Bahia) e Jéssica Bittencourt (Rio Grande do Norte), que estarão em Salvador durante a exposição
Nascida no Rio de Janeiro e criada na capital da Bahia, Amanda Tropicana, com seu projeto “Raízes”, faz um mergulho na realidade de comunidades quilombolas no sertão do Estado, destacando a resistência e a união ali encontradas, com um foco particular nas mulheres que lideram a defesa do território e preservam suas tradições. Já Marina Alfaya, com o projeto “Lapinha, trilogia da memória”, explora a relação com o passado por meio de memórias familiares e imagens que propõe novos imaginários afro-brasileiros, misturando documentos e ficção. Ainda representando a região Nordeste, Jéssica Bittencourt traz no seu ensaio “Pilares Vivos” uma reflexão sobre a desigualdade urbana e a invisibilidade das condições de vida em espaços marginalizados.
Cursos e diálogos
O público também poderá participar de atividades gratuitas em diversas linguagens artísticas. Estão confirmadas a “Oficina de Cartografia Afetiva”, conduzida pelo Coletivo Rua Sinalizada; a oficina “Sonhar Livros – exercícios de montagem de imagens e palavras”, ministrada por Lara Perl, da editora Gris; e a oficina “O caminho surge caminhando: Memória, Pertencimento e Imaginação em projetos artísticos”, realizada por Uiler Costa-Santos. A programação também inclui conversas com as fotógrafas e outros convidados para incentivar a troca de conhecimentos e experiências com o público.