A ex-policial Aline Patriarca, que ganhou destaque no “Big Brother Brasil”, chamou a atenção do público não apenas por sua trajetória no reality, mas também pela mudança no visual ao longo do confinamento. Ela entrou na casa com tranças e, pouco antes de ser eliminada, optou por revelar seus cabelos naturais.
A decisão de assumir os fios crespos foi resultado de um processo pessoal de autoconhecimento e enfrentamento ao preconceito. A baiana de 32 anos relembra que enfrentou episódios de racismo desde a infância por conta do cabelo, incluindo comentários de um ex-namorado que a incentivava a manter o uso das tranças.
“Cortei meu próprio cabelo, comecei a usar tranças e, depois, assumi meus fios naturais. Ainda havia muito estranhamento. Já namorei alguém que dizia: ‘Quando você colocar trança de novo, a gente se vê’. Isso me machucava. Por isso falo tanto sobre aceitação. É preciso ter coragem para se assumir como se é”, afirmou em entrevista ao jornal Extra.
Aline também relembrou episódios de bullying na escola, que a levaram a esconder sua aparência natural para tentar se encaixar. “Minha mãe fazia tranças em mim para que eu fosse mais aceita, mas durante o recreio eu ia ao banheiro, desfazia tudo e molhava o cabelo para tentar deixá-lo mais parecido com o das meninas brancas. Quando minha mãe descobriu, ficou arrasada. Depois disso, comecei a alisar o cabelo”, contou. Aos 21 anos, ela iniciou a transição capilar, inspirada por figuras como a cantora Iza.
Durante sua participação no “BBB”, a ex-sister se tornou referência para muitas meninas pretas, que se identificaram com sua trajetória de aceitação.
“O cabelo é a coroa de toda mulher preta. Me sinto responsável por compartilhar essa mensagem com outras meninas, para que elas entendam que são lindas do jeito que são. Vivemos em uma sociedade que ainda é machista e misógina. Queremos ter voz, falar sobre nossos sentimentos, e precisamos lembrar que não somos fortes o tempo todo. Todos têm inseguranças”, concluiu.