A participação de negros e indígenas em cargos de liderança no Poder Executivo brasileiro aumentou para 39%, segundo um estudo do Afro-Cebrap divulgado nesta sexta-feira (28).
O levantamento, que analisou dados de 1995 a 2024, revela que essa representatividade cresceu 17 pontos percentuais nos últimos 25 anos, mas ainda está longe de refletir a composição da população brasileira.
O estudo mostra que homens brancos seguem dominando as posições de comando, ocupando 35% dos cargos de liderança. Já os homens negros e indígenas representam 24%, enquanto as mulheres negras e indígenas ocupam 15% dos postos. A desigualdade é ainda mais evidente nos cargos de alto escalão, onde 46% das funções são preenchidas por homens brancos.
A pesquisa também destaca diferenças entre os ministérios. Áreas como Relações Exteriores, Justiça e Planejamento concentram a maior proporção de lideranças brancas, enquanto as pastas de Povos Indígenas, Cultura e Educação apresentam maior diversidade racial.
Medidas como a reserva de vagas para negros em concursos públicos e a exigência de cotas para cargos comissionados têm impulsionado mudanças, mas especialistas alertam que ainda há um longo caminho para garantir equidade racial e de gênero no serviço público.
O estudo recomenda investimentos na formação de lideranças negras, ações de letramento racial e fortalecimento de políticas de diversidade nos ministérios.