A World Athletics, entidade que regula o atletismo mundial, anunciou que atletas mulheres precisarão se submeter a um teste genético único para competir em eventos femininos. A medida foi confirmada pelo presidente da organização, Sebastian Coe, nesta terça-feira (25), após o conselho da entidade discutir o endurecimento das regras de elegibilidade.
O novo teste verificará a presença do gene SRY, responsável pela determinação do sexo masculino em humanos e outros mamíferos. As atletas precisarão realizá-lo apenas uma vez na carreira, conforme explicou Coe.
“O teste de pré-autorização será feito para que as atletas possam competir na categoria feminina. O processo é muito simples, francamente muito claro, e é importante”, afirmou o dirigente.
A World Athletics agora busca um fornecedor para realizar os exames, que serão feitos por métodos não invasivos, como esfregaço de bochecha ou análise de amostras de sangue seco.
Regras mais rígidas
O debate sobre elegibilidade em eventos femininos já se arrasta há anos, especialmente em relação a atletas transgêneras e competidoras com diferenças de desenvolvimento sexual (DSD), cujos corpos produzem níveis elevados de testosterona.
Atualmente, a World Athletics proíbe a participação de mulheres trans que passaram pela puberdade masculina e exige que atletas com DSD reduzam seus níveis hormonais para competir. No entanto, um grupo de trabalho da entidade concluiu recentemente que essas regras não eram rigorosas o suficiente e recomendou a implementação do teste genético como parte da revisão das normas.
A decisão deve gerar debates acalorados, mas Coe se mostrou confiante quanto à legalidade da medida. “Protegeremos obstinadamente a categoria feminina e faremos o que for preciso para isso”, afirmou.
Prêmios e sanções
Além das mudanças nas regras de elegibilidade, Coe também anunciou que a World Athletics ampliará a premiação em dinheiro para medalhistas olímpicos.
Nos Jogos de Paris 2024, a entidade pagou US$ 50 mil (cerca de R$ 284 mil) aos medalhistas de ouro. Para Los Angeles 2028, a promessa é estender o benefício também para medalhistas de prata e bronze.
“Sempre que possível, a segurança financeira do atleta deve ser prioridade”, destacou Coe, informando que o total de prêmios em dinheiro para o próximo ciclo olímpico será de US$ 51 milhões (cerca de R$ 289,7 milhões).
Já em relação às sanções esportivas contra Rússia e Belarus, a World Athletics reafirmou que não haverá mudanças. Os atletas desses países seguem proibidos de competir internacionalmente desde 2022, devido à invasão da Ucrânia por Moscou.