Anderson Talisca, de 31 anos de idade, é conhecido internacionalmente por sua carreira no futebol, mas assumiu uma ‘jornada dupla’ profissional em 2021, quando assumiu o nome artístico de Spark e começou a produzir músicas autorais. O atleta, que recentemente se transferiu do Al-Nassr para o Fenerbahçe, da Turquia, conta à Quem sobre as novas perspectivas de carreira e adianta os feats que sonha em fazer.
Revelado no Bahia, o meio-campista conta que a paixão pela música surgiu ainda na infância, em Feira de Santana, cidade baiana. “A minha infância passou muito pela música e pelo futebol, principalmente pela música que foi no início. Já veio de berço esse sonho e, graças a Deus, estou conseguindo alcançar esses meus objetivos. É uma felicidade imensa”, afirma o atleta.
Por que o nome Spark?
Segundo ele, a alcunha veio por meio de opiniões dos amigos e inspirações cinematográficas. “[Surgiu] depois de algumas opiniões e assistindo a alguns filmes cujos personagens se chamavam Spark. A gente estava buscando um nome mais autêntico, mais presente, e acho que o nome tem tudo a ver com meu jeito meio irritado. Busco essa autenticidade do nome. É muito forte e presente, e combina comigo”, explica.
Conciliar as carreiras de jogador e de músico exige organização, e Talisca destaca: “A gente conseguiu, sim, conciliar tanto a música como o futebol, porque há um respeito muito grande entre as partes. Acho que o processo de lançamento, de produção, de gravação, clipe, é tudo com muito respeito com a programação do futebol e com meu planejamento diário.”
Recentemente, Talisca saiu do time de Cristiano Ronaldo, na Arábia Saudita, para atuar pelo Fenerbahçe, da Turquia, retornando ao futebol europeu após passagem de sucesso pelo Besiktas entre 2016 e 2018. Ele conta que os colegas de vestiário já ouviram suas músicas – incluindo o Robozão (um dos apelidos de CR7).
“A gente mantém contato sempre de longe”, afirma sobre o relacionamento com CR7. “Os jogadores sempre colocavam as músicas no vestiário para escutar. Eu, particularmente, não gosto de me ouvir (risos), mas os jogadores colocam. Muitos já sabiam [da carreira], mas, para a maioria, foi muita surpresa, porque nunca tinham acompanhado esse meu lado musical. Quando param para escutar, é uma alegria imensa, a galera curte bastante”.
Parcerias dentro e fora dos campos
Talista integra o seleto grupo de craques que também se dedica à música. Além do baiano, nomes como os de Gabigol – que publica canções de rap na alcunha de Lil Gabi -, Rafael Leão, do Milan, e Memphis Depay, neerlandês que carrega a camisa 10 do Corinthians, também compõem canções para os fãs.
Ele afirma que o assunto musical já esteve presente em conversas com o craque alvinegro. “Já falei algumas vezes com o Memphis para a gente fazer uma colaboração mais para frente. Estamos começando a entender até que ponto pode ser positivo para os dois para fazer algo bem legal”, garante.
Spark também cogita colaborar com nomes da música nacional – inclusive com o Gigante, Léo Santana. “Pretendo colaborar com muitos artistas. Leo Santana é um que já venho conversando uma música junto há muito tempo, mas a gente nunca conseguiu conciliar a data. Quando estiver no Brasil, a gente vai parar para fazer uma música também, que acho que vai ser superlegal”, diz.
Ao longo de sua carreira esportiva, Talisca atuou em diversos países, incluindo Portugal, Turquia, China e Arábia Saudita. Ele fala das influências culturais na música: “O Spark fala de relacionamento, de amor, de superação, de movimento urbano, de rua, e eu encontrei em várias culturas diferentes vários tipos de relacionamentos, de convivência de casais. Acho que nas minhas músicas posso expressar um pouco de cada coisa, de cada país que vivi, e posso trazer um pouco dessa cultura e convivência para as minhas músicas, e facilita muito para a composição também”, reflete.
Ele lançou seu primeiro álbum em 2021 e já colaborou com estrelas no rap nacional como BIN e L7NNON. Na quarta (18), lançou Neurose, feat. com o trapper Anezzi. Ele reforça que a função musical está sendo levada a sério: “Tudo é sempre com muito cuidado, com muito estudo, também faço aula de canto então procuro me aperfeiçoar cada vez mais”.
Ele diz que, quando sua carreira no futebol se encerrar, ele deve apostar todas as suas fichas no ramo musical. “A princípio será meu foco principal. A gente está construindo isso para o futuro para lá na frente estar com uma base de fãs sólida para poder dar continuidade, crescer cada vez mais, fazer grandes shows, contribuições, ajudar outros artistas e fazer colaborações… Esse é o objetivo”, conta. Samuel Davi, filho de 6 anos de Talisca, é um dos fãs do jogador. “Ele curte muito, canta e sabe todas as músicas (risos)”, conta.