Alex Atala revela conexão com a Bahia e desejo de morar no Estado: ‘acabei comprando uma casinha’

Alex Atala revela conexão com a Bahia e desejo de morar no Estado: ‘acabei comprando uma casinha’

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion/Alô Alô Bahia

Fernanda Maia/Festival do Dendê

Publicado em 17/03/2025 às 18:04 / Leia em 4 minutos

Convidado do Festival do Dendê, encerrado neste domingo (16), em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, Alex Atala deu uma pausa nos preparativos para o jantar que encerraria o evento, e falou com exclusividade ao Alô Alô Bahia sobre sua relação com os baianos, iniciada há anos atrás, e a cultura local, que tanto o emociona.

Irmão da designer Magu Atala, que casou com um um baiano há mais de 30 anos e veio morar por aqui, ele brinca que ela “embaianou” a família inteira. “A família toda acabou vindo, frequentando cada vez mais a Bahia. E eu acabei comprando uma casinha”, revelou o chef, cujos pais também moram aqui.

Pouco a pouco, ele viu sua vida sendo tomada pela Bahia, não só no âmbito familiar. Para quem não sabe, seu braço direito no D.O.M. – um dos restaurantes mais premidos do país – é baiano. O chef Geovane Carneiro, que trabalha com Atala há 28 anos, é natural de Conceição do Coité. “A Bahia vem abraçando a gente, a gente recebendo esse carinho com maior alegria e tentando retribuir”, diz.

Público teve o privilégio de ser servido pelo próprio Atala | Foto: Fernanda Maia

O abraço baiano é tão forte que o chef espera, logo mais, num futuro não muito distante, morar mesmo na Bahia, ainda que não abandone suas funções em São Paulo. “Eu venho trabalhando bastante. Tenho 57 anos, 40 anos de profissão, 25 anos de D.O.M.. Eu venho ressignificando algumas coisas na vida. Eu sou cozinheiro, quero continuar sendo cozinheiro, mas, hoje, eu procuro equilibrar um pouco mais a minha vida profissional, que foi extremamente intensa, com um pouco das coisas que me tocam, que são minha família, o som da natureza… Acho que a Bahia resume tudo isso muito bem. Eu estou nesse processo, estou reformando uma casa aqui e eu espero que esse processo não dure muito, porque é uma transição. Não dá pra copiar e colar, ele tem que ser orgânico”, reflete.

Sua paixão pela Bahia, claro, não tem como não passar também pelos sabores regionais, ainda desvalorizados, segundo o chef. “A cozinha baiana é ainda vista de forma bastante estereotipada. É fundamental lembrar que a baiana é o primeiro patrimônio imaterial gastronômico tombado no Brasil. É muito importante entender isso. Essa referência tem que existir, mas o Brasil não conhece o Recôncavo, não conhece o Sertão“, destaca Alex, para quem a Bahia vai além da culinária do dendê. “E isso é uma das coisas que me emociona demais na Bahia. Acredito que a Bahia tem muito para explorar fora da culinária do dendê e muito para explorar e conhecer dentro das possibilidades da culinária do dendê também”, diz.

Por trás dessa relação com a Bahia gastronômica, o chef reforça a figura de Solange Borges, realizadora do Festival do Dendê, motivo de sua vinda desta vez. “Solange é essa mulher absurda, né? O que me encantou de Solange é essa força de realização. Olha o tamanho desse evento que ela conseguiu botar em pé, com todas as limitações que uma mulher negra de um assentamento tem. A força que ela tem de tirar do ideal e trazer para o real é muito impressionante”, elogia o chef, que cita tantos outros talentos conhecidos por aqui.

Chef Solange Borges conversa com equipe convidada antes de jantar | Foto: Fernanda Maia

Ele dividiu a assinatura do jantar de encerramento do evento, por exemplo, com chefs como Peu Mesquita, do recém-inaugurado Vona, e do casal Kafe e Dante Bassi, por trás do premiado Manga. Os três estão entre os muitos nomes de sucesso que passaram pela cozinha do D.O.M. em algum momento da carreira. “É muito emocionante! Kafe e Dante se conheceram dentro da cozinha do D.O.M. Peu chegou lá garoto, garoto, garoto. E ver esses meninos amadurecerem, seja pessoalmente, seja profissionalmente, ganharem seus terrenos, ganharem reconhecimento profissional, eu acho que faz um sentido tremendo para o trabalho que eu venho fazendo. E acho que eles vão dar vida mais longa para mim”, celebra.

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