A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de lavagem de dinheiro associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e à máfia italiana, e o nome do cantor Gusttavo Lima foi citado no caso.
A Operação Mafiusi, que já havia desmantelado uma rede internacional de tráfico de drogas, agora foca em transações financeiras suspeitas. Além do sertanejo, também aparecem na investigação o pastor Valdemiro Santiago e o bicheiro Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho.
Nenhum dos citados foi indiciado, mas a PF os chamará para depoimento. Gusttavo Lima afirmou que a transação mencionada se refere à compra legal de uma aeronave e negou qualquer irregularidade.
A empresa do cantor, Balada Eventos e Produções Ltda., teria repassado R$ 57,5 milhões à JBT Empreendimentos, ligada à empresária Maribel Golin, que está sob investigação. A PF apontou que não encontrou justificativa documental para a operação. A Balada Eventos afirmou que o pagamento foi legítimo e registrado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A investigação também mira o empresário Willian Barile Agati, chamado de “concierge do PCC”, preso desde janeiro e apontado como responsável por movimentações financeiras da facção. Segundo a PF, Maribel Golin teria movimentado R$ 1,426 bilhão entre 2020 e 2023, mas apenas 3,44% desse valor foi declarado como receita legítima. Empresas de fachada, como a Starway Locação de Veículos e a Starway Multimarcas, movimentaram R$ 454,3 milhões no mesmo período.
Já o pastor Valdemiro Santiago foi citado em uma delação que afirma que um parente de Maribel teria “esquentado” dinheiro dentro da igreja ligada a ele. O delator também mencionou que Agati teria assumido aviões do pastor por conta de dívidas com o Fisco.
Enquanto isso, Adilsinho foi relacionado a transações de R$ 9 milhões com Maribel por meio da Adiloc Comercial Distribuidora, empresa que tem cadastro como prestadora de serviços de escritório, mas opera no setor de cigarros.
A defesa de Maribel Golin negou qualquer envolvimento com Agati e afirmou que as movimentações financeiras são legais. A PF segue investigando o caso, analisando o uso de empresas de fachada e a ocultação de recursos ilícitos em diversas cidades do país.