Os associados ao Afoxé Filhos de Gandhy foram surpreendidos com um comunicado polêmico nesta segunda-feira (24). Às vésperas do Carnaval de Salvador, o afoxé informou que apenas pessoas do sexo masculino cisgênero poderão desfilar no desfile carnavalesco deste ano.
O comunicado, que foi divulgado pelo site Dois Terços, diz que “de acordo com o artigo 5º do Estatuto Social, só poderão ingressar na associação pessoas do sexo masculino, cisgênero. Por isso, a venda do passaporte será apenas para esse público”.
“Recebo com muita tristeza e revolta a informação que o Afoxé Filhos de Gandhy está vetando a participação de homens trans. Eu, como ex-associado, enxergo essa conduta como contraditória aos valores enraizados na instituição. Que voltem atrás ainda hoje!”, disse Iago Maia em postagem nas redes sociais.
“As identidades de homens trans e pessoas transmasculinas precisam ser legitimadas, compreendidas, valorizadas e respeitadas. Proibir a participação transmasculina no Ghandy se configura não apenas como retrocesso, incoerência, mas principalmente como transfobia”, comentou Bruno Santana, especialista em gênero, diversidade e direitos humanos e transativista (Transbatukada e Fórum Trans Bahia).
Com 75 anos de história, o bloco divulgou no último fim de semana o tema para o desfile deste ano. “Ogum – O senhor do Ferro, dos Metais e da Tecnologia”.
A reportagem do Correio* tentou contato com o afoxé por meio de assessoria, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
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