Depois de uma madrugada movimentada, o Rio Vermelho começou a receber os primeiros fieis para a tradicional Festa de Iemanjá na manhã deste domingo (2). Desde muito cedo fieis encaram uma fila a perder de vista para entregar flores, perfumes e presentes no barracão Casa do Peso em reverência e agradecimento à orixá.
A celebração, que completa 103 anos de fé e tradição em 2025, é uma das principais festas populares da Bahia e conta com uma programação milimetricamente organizada. Os festejos acontecem desde a meia-noite deste sábado (01) e segue até às 4h deste domingo, quando sai o último presente às águas com as oferendas deixadas no carramachão.
“É muito importante para nós, pescadores. Uma festa muito bonita, lindíssima e que preserva uma singularidade, pois ela é incomparável a qualquer outra festa baiana. Antes de ser pescador, eu já participava, desde os 12 anos de idade. Como pescador, eu já participo há 37 anos”, conta Nilo Garrido, presidente da Colônia de Pesca Z1 em entrevista ao jornal Correio.
Vale destacar que nos últimos anos tem se intensificado uma campanha coletiva, onde fieis têm sido chamados atenção sobre o tipo de presentes entregue nas águas, para evitar poluição. Entre os presentes ecológicos estão flores e perfumes, que são recolhidos em seus frascos após serem derramados diretamente no mar ou nos balaios montados no barracão coletivo.
A Festa de Iemanjá se tornou tradição na capital baiana desde 1923, quando pescadores resolveram oferecer presentes para a divindade das águas na expectativa de que ela pudesse resolver o problema da escassez de peixes.