A literatura brasileira perdeu uma de suas grandes vozes. Marina Colasanti, autora ítalo-brasileira de mais de 70 obras voltadas para crianças e adultos, faleceu aos 87 anos. Ela morreu em casa, no Rio de Janeiro, e o velório será realizado no Parque Lage, na Zona Sul da cidade.
Nascida em 26 de setembro de 1937, na cidade de Asmara, capital da Eritreia – então colônia italiana –, Marina teve uma infância marcada por mudanças geográficas. Viveu em Trípoli, na Líbia, e na Itália antes de, em 1948, emigrar com sua família para o Brasil, em meio às dificuldades do pós-guerra na Europa. No Rio de Janeiro, encontrou seu lar definitivo e construiu uma brilhante carreira.
Uma vida dedicada à arte e às palavras
Com mais de sete décadas dedicadas à escrita e às artes plásticas, Marina se destacou por sua versatilidade, produzindo desde poesia e crônicas até livros infantis que encantaram leitores de todas as idades.
Entre suas obras mais conhecidas estão títulos como “Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento” e “A Moça Tecelã”, que conquistaram diversos prêmios literários, incluindo o Jabuti. Seu trabalho foi marcado por uma escrita sensível, cheia de lirismo e que frequentemente transitava entre o fantástico e o cotidiano.
Além de escritora, Marina também se destacou como tradutora e ilustradora, consolidando-se como uma artista completa. Sua contribuição para a literatura infantil é amplamente reconhecida, tendo sido indicada ao prestigioso Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o “Nobel” da literatura infantojuvenil.