Ficar preso em um voo turbulento é o pesadelo de muitos viajantes. Algumas rotas, no entanto, têm mais chances de enfrentar esse desafio devido a condições atmosféricas específicas. Um novo estudo da Turbli, plataforma especializada em medir turbulência, destacou as dez rotas aéreas mais turbulentas do mundo, e cinco delas envolvem cidades argentinas.
As rotas mais turbulentas do planeta
Pelo quarto ano consecutivo, o ranking da Turbli analisou cerca de 10 mil rotas conectando mais de 550 aeroportos globais. Utilizando dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) e do Escritório Meteorológico do Reino Unido, o estudo empregou ferramentas de Big Data para calcular a intensidade média de turbulência em 20 voos mensais para cada trajeto avaliado.
A análise baseia-se no índice de dissipação de vórtices (EDR), que classifica a turbulência em cinco níveis:
- Leve (0-20)
- Moderada (20-40)
- Forte (40-60)
- Severa (60-80)
- Extrema (80-100)
Além disso, o levantamento considera fatores sazonais, como correntes de jato, ventos de alta intensidade e variações climáticas.
Os líderes do ranking
Em 2024, a rota aérea mais turbulenta do mundo é a que conecta Mendoza, na Argentina, a Santiago, no Chile. Apesar de ser um trajeto curto, de apenas 196 km, a rota atravessa a Cordilheira dos Andes em uma das áreas mais altas da fronteira natural entre os dois países. A pontuação média de turbulência foi 24.684, devido às condições extremas da região montanhosa.
Em segundo lugar, aparece o voo entre Córdoba (Argentina) e Santiago, com 20.214 pontos. Esse trajeto de 660 km também cruza os Andes, enfrentando desafios similares.
O terceiro lugar ficou com a rota doméstica argentina entre Mendoza e Salta, que registrou 19.825 pontos. Apesar de não cruzar diretamente os Andes, o trajeto é impactado por fortes ventos oriundos da cordilheira.
Outras rotas notáveis incluem:
- 4º lugar: Mendoza para San Carlos de Bariloche, na Patagônia argentina, com 19.252 pontos.
- 5º lugar: Katmandu (Nepal) para Lhasa (Tibete), sobrevoando o Himalaia e o Everest, que registrou 18.817 pontos.
Ainda no Top 10, a rota entre Bariloche e Santiago obteve a décima posição, com 18.475 pontos, reforçando o protagonismo das cidades argentinas em regiões sujeitas a intensas turbulências.
Por que essas rotas são tão turbulentas?
Os fatores geográficos desempenham papel crucial: montanhas elevadas, como os Andes e o Himalaia, criam ventos irregulares e correntes ascendentes que intensificam a instabilidade durante os voos. Além disso, mudanças climáticas e variações sazonais também influenciam a gravidade das turbulências.
Top 10
- Mendoza (MDZ) – Santiago (SCL) – 24.684
- Córdoba (COR) – Santiago (SCL) – 20.214
- Mendoza (MDZ) – Salta (SLA) – 19.825
- Mendoza (MDZ) – San Carlos de Bariloche (BRC) – 19.252
- Katmandú (KTM) – Lhasa (LXA) – 18.817
- Chengdu (CTU) – Lhasa (LXA) – 18.644
- Santa Cruz (VVI) – Santiago (SCL) – 18.598
- Katmandú (KTM) – Paro (PBH) – 18.563
- Chengdu (CTU) – Xining (XNN) – 18.482
- San Carlos de Bariloche (BRC) – Santiago (SCL) – 18.475