O CineVila saúda o Mês da Consciência Negra com uma seleção especial que reúne filmes de grandes cineastas baianos e brasileiros, toda terça-feira, às 18h30, na Sala de Arte CineMAM. Algumas sessões contarão com a presença dos diretores e convidados. Para a mostra, foram selecionados filmes que guardam uma relação próxima com o Vila. Entraram na programação Oscar Santana (“O Caipora”, 1963), Lázaro Ramos e Thiago Gomes (“Bando, um Filme de:”, 2018), Pola Ribeiro (“Jardim das Folhas Sagradas”, 2011) e Márcio Meirelles e Rafael Grilo (“Uma Leitura dos Búzios”, 2024). Ingressos pelo preço único de R$ 5, à venda na bilheteria do cinema.
O calendário se inicia nesta terça-feira (5), com a exibição do longa-metragem “O Caipora”. O pós-sessão terá a presença do diretor e roteirista baiano Oscar Santana, que, entre outras obras, também dirigiu “Pistoleiros” (1975) e o curta-metragem “Caetanave” (1972). Na semana seguinte, no dia 12, é a vez da obra “Bando, Um Filme de:”, dirigida por Lázaro Ramos e Thiago Gomes, 2018). Após a exibição, terá um bate-papo com atores do Bando de Teatro Olodum.
Com curadoria do diretor artístico do Teatro Vila Velha, Marcio Meirelles, e do cineasta Rafael Grilo, o projeto CineVila completa uma década com uma mostra especialmente nacional, com destaque para a cinematografia baiana, dentro do programa educativo da exposição comemorativa “Vila Velha, Por Exemplo – 60 anos de um teatro do Brasil”.
O patrocínio da exposição “Vila Velha, Por Exemplo – 60 anos de um teatro do Brasil” é do Banco do Brasil, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal, com apoio do Museu de Arte Moderna da Bahia, Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural e Secretaria Estadual da Cultura. A produção é da Janela do Mundo com coprodução do Teatro Vila Velha.
Confira a programação e as sinopses dos filmes presentes no CineVila Novembro Negro 2024
dia 5 de novembro
“O Caipora” (Oscar Santana, 1964) – Bate-papo após a sessão com o diretor Oscar Santana. Duração do filme: 104 minutos.
Lançado em 1964, O Caipora, sob a direção de Oscar Santana, combina uma narrativa de terror psicológico com uma forte crítica ambiental, refletindo sobre a relação entre o ser humano e a natureza. O filme acompanha a trajetória de Nezinho, personagem interpretado por Carlos Petrovich, ator do grupo Teatro dos Novos, do Teatro Vila Velha. Para fugir da seca, o vaqueiro Nezinho vaga pelo sertão com sua mãe e um irmão menor. Ele consegue emprego na fazenda de um ambicioso coronel e acaba se apaixonando pela esposa do patrão, que parece retribuir seus sentimentos, já que se casou por imposição familiar e nunca sentiu paixão pelo marido.
O capataz da fazenda, sabedor do fato, espalha que Nezinho é o Caipora, personagem lendário que carrega todos os males do azar, e convence o patrão a despedi-lo. Mas Nezinho voltará para acertar suas contas. O Caipora também traz no elenco Mário Gusmão, outro integrante do grupo Teatro dos Novos.
dia 12 de novembro
“Bando, Um Filme de:” (Lázaro Ramos e Thiago Gomes, 2018) – Bate-papo com atores do Bando de Teatro Olodum após a sessão. Duração do filme: 106 minutos.
Criado em 1990 por Marcio Meirelles, Chica Carelli e o Grupo Cultural Olodum, o Bando de Teatro Olodum se transformou, ao longo dos anos, em um dos mais significativos coletivos de arte do Brasil. Em 2018, com quase três décadas de trajetória, o grupo lançou o documentário Bando, um Filme de, com direção de Lázaro Ramos, artista que desenvolveu carreira a partir de sua experiência no grupo, e Thiago Gomes. O Bando foi residente do Vila Velha durante grande parte de sua existência e sua história se mistura à do teatro em vários momentos.
O documentário faz uso de imagens de arquivo e entrevistas com membros do grupo, colaboradores e outros convidados, para apresentar a trajetória dos 25 primeiros anos de atividades do coletivo. Para isso, apresenta 42 entrevistados e 112 fotos cedidas por 12 fotógrafos. O documentário ainda conta com imagens de bastidores e tem em sua trilha sonora, além de canções de espetáculos do grupo, outras inéditas, feitas para a película.
dia 19 de novembro
“O Jardim das Folhas Sagradas” (Pola Ribeiro, 2011). Bate-papo após a sessão com o diretor Pola Ribeiro. Duração: 91 minutos.
Dirigido por Pola Ribeiro e com um elenco repleto de talentos baianos, vários deles integrantes do Bando de Teatro Olodum, o filme O Jardim das Folhas Sagradas é uma produção que estreou em 2011. A trama acompanha a trajetória de Bonfim, um bancário bem-sucedido, negro e bissexual, casado com uma mulher branca e de crença evangélica. Filho de uma yalorixá, Bonfim vive em uma Salvador cada vez mais urbanizada e isso se torna um empecilho para sua necessidade de montar um terreiro de candomblé, atendendo à sua ancestralidade.
Determinado a construir um ambiente sagrado e de respeito à natureza, e na busca por superar as contradições e conflitos trazidos pela modernidade, Bonfim decide criar esse espaço na periferia. O filme conta as dificuldades, enfrentamentos, alegrias e descobertas desse esforço para se viabilizar o lugar sagrado, batizado de Jardim das Folhas Sagradas. Outra ligação entre o Vila e o filme é a presença de Pola Ribeiro na direção da produção. Pola é um criador que já realizou diversas parcerias artísticas e institucionais com o Teatro Vila Velha, em uma parceria longa e produtiva.
dia 26 de novembro
“Uma Leitura dos Búzios” (Marcio Meirelles e Rafael Grilo, 2024). Bate-papo após a sessão com os diretores Marcio Meirelles e Rafael Grilo. Duração: 101 minutos.
O filme é resultado das gravações da peça teatral “Uma leitura dos Búzios”, encenação de Marcio Meirelles para texto de Mônica Santana, em projeto proposto por Danilo Miranda realizado pelo SESC São Paulo. Cristina Castro assina a direção de movimento e coreografia, e João Milet Meirelles a direção musical e composição. A coordenação de pesquisa foi de Gustavo Melo Cerqueira.
O filme “Uma leitura dos Búzios” foi gravado durante a itinerância do espetáculo pelo Sesc Santos e tem direção e roteiro do produtor audiovisual e diretor Rafael Grilo e do próprio encenador Marcio Meirelles. Em cena, 27 atores e três músicos de diferentes regiões do país apresentam ao público uma leitura do movimento político ocorrido em Salvador (BA) em 1798, conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates. Inspirado nos ideais da Revolução Francesa e na Revolta de São Domingos, a peça é um chamamento para a liberdade, independência, igualdade, decolonização e justiça, conforme defendido pelo encenador Marcio Meirelles. A performance, que mescla elementos musicais, coreográficos, videográficos e textuais, envolveu uma equipe técnica composta por aproximadamente 100 profissionais.