Com 10 canções inéditas, disco póstumo de Riachão será lançado com roda de samba em novembro, no dia em que ele faria 103 anos

Com 10 canções inéditas, disco póstumo de Riachão será lançado com roda de samba em novembro, no dia em que ele faria 103 anos

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Maria Marques

Antonio Brasiliano/Divulgação

Publicado em 22/10/2024 às 09:54 / Leia em 3 minutos

Em primeira mão para o Alô Alô Bahia, o selo Natura Musical confirmou que o mais longevo sambista da Bahia, Riachão, terá um disco póstumo lançado em 14 de novembro. Com 10 composições inéditas, gravadas pelo próprio Riachão e por outros artistas brasileiros – inclusive seu neto, Taian Paim –, o álbum “Onde eu cheguei, está chegado” ficou guardado desde março de 2020, quando o mestre do samba faleceu aos 98 anos. O anúncio da seleção no edital Natura Musical havia ocorrido apenas quatro meses antes.

À época, o trabalho, que se chamaria “Se Deus Quiser Eu Vou Chegar aos 100”, se tornou uma justa homenagem ao compositor de clássicos como “Cada Macaco no Seu Galho” e “Vá Morar com o Diabo”. Agora reformulado e com data de estreia para o dia em que Riachão faria 103 anos, o projeto reúne vozes de alta patente como Roberto Mendes, Juliana Ribeiro e Enio Bernardes.

Figura cativa e perene do centro de Salvador, trombar com Riachão nas esquinas era sempre como ganhar um presente. Tão por isso, também no dia 14, quinta-feira, uma roda de samba na Cantina da Lua, no Pelourinho, vai celebrar o lançamento de “Onde eu cheguei, está chegado” e a memória de Clementino Rodrigues – o nome de batismo. O reduto, comandado pelo amigo e parceiro Clarindo Silva, foi bastante frequentado (e cantado) por Riachão e outros imortais baianos como Batatinha, Edil Pacheco e Walmir Lima.

Edil Pacheco, Riachão, Batatinha e Ederaldo Gentil em frente ao Teatro Vila Velha | Foto: Reprodução

Junto com o disco, entra no ar um site (www.riachaosambista.com.br) que abrigará um amplo acervo de fotografias, reportagens, discos, fonogramas e documentos audiovisuais que revelam a vida e a obra do Malandro ao longo de mais de seis décadas. Para completar, três mini documentários sobre o processo de realização do peculiar projeto serão disponibilizados no mesmo endereço. Os docs são dirigidos por Claudia Chávez.

Patrimônio da Bahia e do Brasil, de alegria e sorriso sempre estampados, Riachão foi pioneiro e o mais longevo sambista da Bahia. Ainda criança, segundo ele próprio, cantava samba chula e samba de roda como os seus antepassados escravizados cantavam na senzala.

São mais de 500 composições, muitas delas nunca gravadas, de samba autêntico e de tradição oral, algumas interpretadas por artistas como Jackson do Pandeiro, Jamelão, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Cássia Eller, Zélia Duncan e tantos outros. Dizia ele: “Não me dá ideia de escrever nada, o samba está dentro da minha cabeça, de acordo com o que acontece ao meu redor”.

Com realização da Giro Planejamento Cultural, o álbum “Onde eu cheguei, está chegado” tem patrocínio de Natura Musical e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda. Riachão foi selecionado pelo edital Natura Musical ao lado de DecoloniSate, Festival da Diversidade: Paulilo Paredão, Festival Frequências Preciosas, Gabi Guedes, Melly e Sued Nunes. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 80 projetos de música até 2022, em diferentes formatos e estágios de carreira, como Margareth Menezes, Luedji Luna, Mateus Aleluia, Mahal Pita e Casa do Hip Hop da Bahia.

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