Feira de Santana aprova licença menstrual de três dias para servidores públicos com sintomas graves

Feira de Santana aprova licença menstrual de três dias para servidores públicos com sintomas graves

Redação Alô Alô Bahia

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Tiago Mascarenhas, com informações do g1 Bahia

Getty Images

Publicado em 06/10/2024 às 09:57 / Leia em 3 minutos

Servidores públicos municipais de Feira de Santana que enfrentam sintomas menstruais intensos agora têm o direito de se afastar do trabalho por até três dias consecutivos a cada mês. A medida, que já entrou em vigor, foi promulgada pela Câmara Municipal na última sexta-feira (4), tornando a cidade a primeira da Bahia a oferecer esse benefício. O projeto de lei, de autoria do vereador Jonathas Monteiro (PSOL), visa atender mulheres, homens trans e pessoas não-binárias que sofrem com sintomas graves durante o período menstrual.

Para usufruir da licença, os servidores precisam apresentar atestado médico comprovando o problema de saúde. Caso o afastamento precise ser superior a três dias, será necessário passar por avaliação de uma junta médica oficial. A licença pode ser interrompida a qualquer momento a pedido da pessoa que a solicitou.

A nova legislação, de número 4.234/2024, altera o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais (Lei Complementar 01/1994) e pode ser consultada na íntegra no Diário Oficial Eletrônico. Segundo o texto, o objetivo é dar suporte àqueles que enfrentam condições severas durante o ciclo menstrual, como cólicas intensas, enxaquecas e fortes dores abdominais, que podem comprometer o desempenho no trabalho.

Embora o ciclo menstrual afete a maioria das pessoas de forma leve ou moderada, com sintomas como dor de cabeça e indisposição, aproximadamente 15% da população menstruante enfrenta manifestações mais severas. Essa condição tem motivado debates sobre a necessidade de garantias legais para períodos de afastamento.

Feira de Santana se junta a poucos locais no mundo que oferecem licença menstrual de maneira formal. Países como Japão, Taiwan, Indonésia e Coreia do Sul já têm políticas semelhantes. Na Espanha, o benefício foi aprovado em 2023, tornando-se o primeiro país ocidental a implementar tal medida.

No Brasil, empresas começaram a adotar a licença menstrual nos últimos anos. A pioneira foi uma desenvolvedora de software em Mato Grosso do Sul, que implantou a licença remunerada em março de 2023. No entanto, legislações estaduais e federais sobre o tema ainda enfrentam resistência. Projetos semelhantes foram propostos, como no estado do Pará e no Distrito Federal, mas enfrentaram desafios para sua implementação.

Em nível federal, o projeto de lei 1.249/22, que propõe licença de três dias para trabalhadores com sintomas graves associados ao fluxo menstrual, ainda está em tramitação na Câmara dos Deputados. O texto sugere a inclusão dessa medida na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e aguarda a formação de uma comissão especial para sua análise.

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