Cerca de 750 peças de artistas de Bahia, Pernambuco e Ceará serão repatriadas pelo Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, em Salvador. As peças foram doadas pela historiadora de arte Marion Jackson e pela artista plástica Barbara Cervenka, dos Estados Unidos, e devem chegar ao espaço cultural a partir do próximo ano. “São obras de diversos formatos, de diversas técnicas, então há uma diversidade muito grande”, diz a codiretora do Muncab, Jamile Coelho.
Entre as obras repatriadas, que foram criadas por artistas negros em diálogo com a cultura afro-brasileira e datam de um período que vai dos anos 1960 até o início do século 21, estão pinturas, esculturas e trajes. As colecionadoras norte-americanas adquiriram as peças desde 1992, em visitas periódicas a Bahia, e decidiram que o Muncab seria o destino do acervo que construíram. Ao longo das últimas três décadas, a dupla promoveu exposições nos Estados Unidos e no Canadá com o acervo que compraram dos artistas brasileiros.
“Normalmente, os colecionadores só compram de artistas que já morreram. Eu achei fantástico que elas compraram muitas obras nossas, fizeram exposições e divulgaram a gente”, comemora Raimundo Bida, autor de obras naïf que também serão repatriadas.