Pavel Durov, fundador e CEO do Telegram, foi detido na França como parte de uma investigação sobre crimes cibernéticos que envolvem pornografia infantil, tráfico de drogas e transações fraudulentas na plataforma. A prisão ocorreu no aeroporto de Le Bourget, nos arredores de Paris, na noite de sábado (24), conforme informado pelos promotores franceses nesta segunda-feira (26).
Em resposta às especulações sobre a motivação política por trás da prisão, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a detenção de Durov não teve caráter político, mas foi parte de um processo judicial em andamento. “A prisão do presidente do Telegram em território francês ocorreu como parte de uma investigação judicial em curso”, escreveu Macron no X, destacando que a decisão cabe aos juízes.
A promotora de Paris, Laure Beccuau, explicou que a prisão de Durov está ligada a uma investigação iniciada pela unidade de crimes cibernéticos em 8 de julho, envolvendo suspeitas de cumplicidade em vários crimes. Esses incluem a operação de uma plataforma online que facilita transações ilícitas, pornografia infantil, tráfico de drogas, além de acusações de lavagem de dinheiro e fornecimento de serviços criptográficos a criminosos.
O Telegram, que é conhecido por sua forte criptografia e conta com cerca de 1 bilhão de usuários, especialmente na Rússia, Ucrânia e nas ex-repúblicas soviéticas, não forneceu detalhes específicos sobre a prisão, mas afirmou que a empresa cumpre as leis da União Europeia e que sua moderação está “dentro dos padrões da indústria e em constante melhoria”.
A detenção de Durov provocou reações diversas, incluindo críticas de Elon Musk, proprietário do X (antigo Twitter), que classificou a ação como um ataque à liberdade de expressão na Europa. Moscou também se manifestou, pedindo que as autoridades francesas garantam os direitos do CEO do Telegram.
Durov, que possui dupla cidadania francesa e dos Emirados Árabes Unidos, poderá permanecer sob custódia até quarta-feira (27). O Telegram, em comunicado oficial, reafirmou que Durov “não tem nada a esconder” e que sua prisão não deve ser interpretada como uma tentativa de responsabilizar a plataforma ou seu proprietário pelos abusos cometidos por terceiros.