O prefeito Joaquim Belarmino Cardoso Neto, da cidade de Alagoinhas, no interior da Bahia, causou polêmica ao sancionar a Lei Nº 2.802/2024, que institui o Dia Municipal da Consciência Humana, a ser comemorado, anualmente, no dia 10 de setembro. O texto foi aprovado no dia 25 de julho e publicado no Diário Oficial do Município nesta terça-feira (30). Com isso, a data passa a fazer parte do Calendário de Eventos do Município.
A medida foi alvo de diversas críticas por parte da população, incluindo da escritora e professora Bárbara Carine. A idealizadora da escola afro-brasileira Maria Felipa chamou atenção, especialmente, ao fato da lei ter sido assinada na data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
“Vocês sabem que isso é pensado justamente como uma estratégia de depreciação, de contenção, de construção de um demérito da luta histórica e secular dos movimentos sociais negros organizados quando a gente pensa o Dia da Consciência Negra (…) A gente não vai dar paz a vocês que querem deslegitimar a nossa luta com conversinha fiada de consciência humana”, pontuou.
Ainda de acordo com Carine, quem mais quer consciência humana são as comunidades negra e indígena. “Muita gente vai questionar que não tem o Dia da Consciência Branca, porque o mundo é de vocês, o mundo da branquitude, pra quê vai ter o dia? Todos os dias são de vocês, do protagonismo de vocês. Quem mais quer consciência humana é a comunidade negra, comunidade indígena (…) A gente sonha com a consciência humana de poder entrar em um shopping center sem ser seguido por um segurança, de entrar em uma loja sem ter nossa bolsa revistada e ter oportunidades no mercado de trabalho em grau de paridade com a branquitude“, disse.
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