Dois dos orixás mais importantes das religiões de matriz africana, Exú e Yemanjá surgem como protagonistas do clipe “Orixá é Ouro”, da banda Barù, formada por João Acácia e Mayra Couto. Gravado na Ilha de Itaparica, o trabalho busca retratar a cultura afro-indígena a partir da interação com a natureza e a rica memória ancestral da ilha.
Uma prévia da obra foi lançada em celebração ao Dia da Independência do Brasil na Bahia, nesta terça-feira, 2 de julho, como um manifesto, e a íntegra do single vai ganhar show de lançamento na Casa de Mãe, no Rio Vermelho, no dia 31 de julho.
O videoclipe é finalizado com um manifesto que traz um contexto sobre como a natureza e sua preservação são eixos de interação entre as culturas afro-indígenas, evidenciando a cosmovisão dos povos originários como forma de resistência e retomada de seus territórios.
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Com direção criativa do próprio duo, a produção audiovisual apresenta ainda a Cabocla, representante da herança indígena. Na obra, Exú vai ao encontro dela na floresta, numa dança onde as forças do orixá e da entidade indígena interagem e a energia de uma alimenta a outra.
Na história do clipe, tudo começa com Ila, uma candomblecista que vai entregar uma oferenda para Yemanjá na praia, mas entra em transe e “sonha” com diversos orixás e a Cabocla. A beleza destes encontros com o sagrado fica ainda mais vívida nas danças de Ila e Elivan, responsáveis pela coreografia e representação dos personagens.
“A música é uma grande homenagem a todos os orixás e a conexão que podemos ter com os mesmos a partir de elementos naturais que estão ao nosso redor”, explica João Acácia. A canção nasce justamente a partir da experiência de estar em contato com a terra, o fogo, o ar e a água. “Dando a estes elementos os sentidos mais amplos a partir da cosmovisão dos povos originários”, detalha Mayra Couto.
Orixá da comunicação e do movimento, Exú é retratado como “O grande mensageiro, a boca que tudo come”, figura vital para a existência de tudo no mundo. Mãe de Exú e de todos os orixás, Yemanjá representa a fartura e a energia das águas. Já a Cabocla é o símbolo da força da natureza, a verdadeira dona da terra, feminina em essência, e dos povos originários, resistindo, em sua maioria, em processo de retomada.
Itaparica foi escolhida como cenário do clipe por ter sido palco de grandes acontecimentos relevantes para o país, como as batalhas pela Independência do Brasil na Bahia, e por ser residência de uma imensa quantidade de terreiros de candomblé. As cenas foram gravadas em locais que buscam conversar com a letra da canção, como a Praia do Brasileiro, Centro Histórico, Alto do Bela Vista, florestas e manguezais, lugares conhecidos pela existência de cultos e manifestações de origem afro e indígena.
A direção de fotografia é assinada por Glauco Neves e João Acácia, produção executiva de Nina Novaes, direção de arte de Mayra Couto, maquiagem de Jober Moura, com produção de set de Milena Cerqueira, produção local de Felipe Brito, acessibilidade pela Gama.TV e assessoria da Berradêro Comunicação.