Após enchentes no Rio Grande do Sul, supermercados de Salvador limitam vendas de arroz

Após enchentes no Rio Grande do Sul, supermercados de Salvador limitam vendas de arroz

Redação Alô Alô Bahia

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CORREIO

Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

Publicado em 11/05/2024 às 14:03 / Leia em 3 minutos

Alimento essencial no prato dos baianos, o arroz teve sua venda limitada nos supermercados de Salvador. Em alguns deles, o aviso foi feito nas prateleiras sem muita explicação, mas a medida é ocasionada pelas preocupações levantadas sobre os estoques do produto nos estabelecimentos devido às enchentes no Rio Grande do Sul, estado que é responsável por cerca de 70% do grão consumido no Brasil.

De acordo com a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), a logística e o abastecimento dos produtos essenciais estão sendo monitorados, mas até então os estoques e as operações do varejo estão normalizados. “Nesse cenário, a Abras recomenda que os consumidores não façam estoques em casa para que todos tenham acesso contínuo ao produto”, escreveu em nota.

A associação ainda disse que tem buscado informações sobre estoques reguladores e se os estoques armazenados no Sul foram impactados. O posicionamento da Abras é o mesmo adotado pela Associação Baiana de Supermercados (Abase), que comunicou que segue as orientações da entidade.

Nos mercados de Salvador, o esforço para evitar que os consumidores estoquem arroz se deu por limitações de 3kg até 5kg por pessoa física. O CORREIO esteve em quatro supermercados na tarde desta sexta-feira (10): Assaí Atacadista em Mussurunga, Atakadão em Pernambués, Bompreço no Canela e Gbarbosa no Iguatemi. Desses quatro, apenas o Bompreço não tinha aviso de limitação da compra do alimento.

No Gbarbosa, a compra do produto foi limitada a 5kg, o que levou o contador Hércules Souza, de 43 anos, a ir ao mercado acompanhado da esposa para garantir a quantidade do grão que costuma comprar mensalmente. Segundo ele, a estratégia adotada será repetida em outro mercado amanhã por medo da escassez.

“É bom se prevenir, porque o brasileiro tem essa mania de se preocupar só quando já está na crise. Por isso, eu e minha esposa já compramos 10kg de arroz, cinco de uma marca e cinco de outra. O preço continua o mesmo, que é R$5,99, mas a tendência é subir. Se a oferta está diminuindo, eles já sabem que lá na frente vai ter problema de abastecimento. E, para mim, não tem alternativa para o arroz. Não gosto muito de farinha nem de macarrão”, contou.

Sem encontrar arroz integral no Assaí Atacadista situado nos Barris, a aposentada Idaci, 72 anos, foi correndo com a filha para o Bompreço do Canela em busca do grão. Isso tudo porque, conforme afirma, a falta do alimento pode comprometer sua saúde. “Já comprei 5kg de arroz parabolizado para guardar e não faltar, mas eu não como desse. Só como arroz integral e se faltar vai me afetar porque tenho que comer todo dia. Eu sou diabética e sigo a recomendação médica, tenho uma dieta. Mas já não encontrei o que como aqui também. Agora, vou procurar macarrão integral, mas não estou feliz com isso não”, reclamou.

Para a cozinheira Jacirene Silva, 49 anos, ficar sem arroz é instaurar uma separação. “Na minha casa, só se come feijão e arroz. E o arroz é muito base, porque comemos com quase tudo aqui na Bahia, seja com uma moqueca ou um estrogonofe. Então, me preocupa a possibilidade de faltar, tanto é que amanhã eu já venho comprar mais. Da próxima vez, compro dois quilos e trago meu filho pra comprar também”, disse.

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