Compositor e intérprete pioneiro na apresentação de um álbum com canções em línguas africanas no Brasil, o baiano Tiganá Santana, também professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade de São Paulo (USP), falará, nesta terça-feira (7), no Rio de Janeiro, no “Conversa Sobre Criações Negras”, projeto na Cinemateca do Museu de Arte Moderna carioca.
Na Cidade Maravilhosa, além de discorrer sobre a experiência filosófica e política de criar essas músicas nas línguas kimbundu, iorubá e icon, que constituem o português brasileiro, ele apresenta, nesta quarta-feira (8), show do disco “Caçada Noturna”, lançado no último dia 3 de maio, com repertório autoral. A apresentação acontece no Teatro Sesi Firjan, no Centro do Rio.
O álbum foi gravado em Portugal e foi lançado pelo selo sueco Ajabu!. O sétimo álbum da carreira do soteropolitano homenageia o caçador Oxóssi, seu orixá, e recebeu elogios da crítica e de outros músicos nacionais, como Moreno Veloso, filho de Caetano, com quem lançou recentemente o single “Mundo Paralelo”, uma exaltação ao bloco afro Ilê Aiyê.
“Tiganá tem obra delicada e profunda como sua voz. Sendo poliglota e filósofo, expandiu a sonoridade rica de suas músicas através do vasto campo semântico poético do continente africano e da diáspora negra. (É uma) alegria de ver compositor brasileiro acendendo nossas origens africanas de dentro
pra fora”, elogiou Moreno, em entrevista ao jornal O Globo.