Artista nipo-brasileiro cria peça em grande escala em Lisboa

Artista nipo-brasileiro cria peça em grande escala em Lisboa

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Redação

Divulgação/Tivoli

Publicado em 07/05/2024 às 14:37 / Leia em 4 minutos

O Tivoli Avenida Liberdade, o icônico hotel de luxo de Lisboa com mais de 90 anos de história, tem o prazer de revelar os detalhes da nova exposição em grande escala “A Mata Não Pede Passagem”, a primeira exposição individual do artista nipo-brasileiro Nathan Kunigami, do Kokuga Estúdio de Flores. Utilizando os conceitos de Ikebana, milenar arte japonesa dos arranjos florais, a instalação site-specific consiste em utilizar o espaço de forma que as pessoas interajam ativamente com a proposta do artista. Inaugurada no dia 17 de abril, a nova exposição estará presente no lobby do hotel até 30 de setembro.

Filho de mãe brasileira e pai japonês, Nathan Kunigami começou a criar arranjos florais após estudar Ikebana com uma artista em Tóquio, em 2017. Nascido e criado no Rio de Janeiro, uma cidade onde a natureza brota vigorosa e abundante, e criado por uma linhagem de mulheres que tinham por hábito colorir a casa e a varanda com flores frescas, desde cedo a botânica sempre foi uma temática relevante e próxima. Em 2018, após trabalhar 8 anos no mercado de comunicação para marcas de luxo, Nathan decidiu sair do mundo corporativo para se dedicar exclusivamente ao mundo da botânica e fundou o Kokuga Estúdio de Flores. O nome Kokuga é uma homenagem à sua ascendência japonesa, já que este é o nome original da família de Nathan.

Nathan Kunigami

“A Mata Não Pede Passagem”

Na cultura popular brasileira, influenciada pelas suas raízes indígenas, há a crença de que devemos sempre pedir licença antes de entrar no mar ou na mata. Uma reverência e respeito às entidades que ali habitam – o ato de pedir licença reconhece a floresta como um lugar sagrado. A exposição “A Mata Não Pede Passagem” é uma ode à força e resiliência da natureza, apesar do seu constante apagamento pelo homem através dos séculos.

Inspirado pela imagem de uma flor a brotar de uma rachadura no asfalto, o artista floral encontrou o seu ponto de partida para desenvolver as duas peças site specific presentes na mostra feitas de amaranthus preservado, ráfia, palmeiras e orquídeas. A primeira tem o intuito de despertar o interesse e estranheza de quem a vê antes mesmo de entrar no hotel. É uma escultura botânica amórfica que invade um espaço que não lhe pertence, mas que já foi seu. Intitulada “Davina”, é uma homenagem a avó de Kunigami que sempre foi apaixonada por botânica.

A primeira peça mede 2m x 1m

“Há algum tempo tenho o desejo de criar peças em grande escala. Quando recebi o convite do Tivoli para desenvolver as instalações no lobby do hotel, fiquei extremamente lisonjeado e também entusiasmado com o projeto. O meu intuito foi criar algo belo, mas também provocativo. Minhas peças sempre têm alguma estranheza nelas e estas não são diferentes. A ideia é forçar quem ali passa a desacelerar, mesmo que por alguns segundos”, disse Nathan Kunigami.

Já a segunda – um conjunto de três esculturas – eleva o que deveria ser terreno. Ao apresentar estas peças flutuantes, o artista propõe uma reflexão sobre a nossa relação com a natureza. Assim como na Ikebana, arte milenar japonesa de arranjos florais e uma das principais inspirações para o trabalho de Kunigami, a composição apresenta três elementos: Shin (Céu), Soe (Terra) e Tai (Humanidade). O objetivo desta composição, assim como uma Ikebana, é o de encontrar a harmonia entre os três.

Nathan Kunigami

Com a arte no seu DNA, o Tivoli Avenida Liberdade faz parte do roteiro cultural da cidade, com o seu projeto “Tivoli Art Collection – Make Room for the Masterpieces”, um manifesto da marca em apoio às artes. “A Mata Não Pede Passagem”, de Nathan Kunigami, integra o projeto e promete trazer para o centro da cidade a natureza em todo o seu esplendor.

Alô Alô Bahia no seu WhatsApp! Inscreva-se

Compartilhe