A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da empagliflozina, remédio indicado para o tratamento da diabetes do tipo 2, para uma outra finalidade: o tratamento de doença renal crônica (DRC). A aprovação ocorreu na segunda-feira (29) e foi anunciada nesta terça (30).
A aprovação foi baseada no estudo EMPA-KIDNEY, divulgado em 2022 e conduzido pela Unidade de Pesquisa em Saúde Populacional da Universidade de Oxford em parceria com as farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly.
O trabalho apontou que a molécula reduziu em 28% o risco de progressão da doença renal ou morte por problema cardiovascular em pacientes com doença renal crônica em comparação a indivíduos que não receberam o medicamento.
Vale destacar que o medicamento também é utilizado em casos de insuficiência cardíaca e, agora, com a aprovação para DRC, oferece uma abordagem abrangente para tratar as condições cardiorrenais metabólicas.
“O EMPA-KIDNEY é um marco na medicina quando falamos em estudos desenvolvidos para os pacientes com doença renal crônica. Com essa recomendação do Comitê de Monitoramento Independente3 temos o reconhecimento positivo que a empagliflozina contribui para retardar a progressão da doença renal”, afirma Dra. Thais Melo, diretora médica da Boehringer Ingelheim.
Estima-se que no Brasil existam entre 3 e 6 milhões de pacientes com doença renal crônica. A enfermidade está associada a duas doenças de alta incidência na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes. “O diabetes, por exemplo, pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, interferindo no funcionamento do órgão, que não consegue filtrar o sangue corretamente. Isso significa que os sistemas cardio-renal-metabólico estão interligados e é por isso que é importante ter um olhar holístico sobre as enfermidades correlacionadas”, explica Dra. Fernanda Pimentel, diretora médica da Eli Lilly do Brasil.