Após temporada no Rio de Janeiro e em Salvador, a exposição “Um Defeito de Cor”chega a São Paulo nesta quinta-feira (25), no Sesc Pinheiros. A mostra é inspirada no romance literário homônimo da escritora mineira Ana Maria Gonçalves e reúne mais de 370 obras de mais de 100 artistas do Brasil e do mundo.
Visitada por 127 mil pessoas na capital baiana, a mostra trata das lutas e das resistências afro-diaspóricas nas Américas, do protagonismo feminino, da religiosidade, dos símbolos que fazem parte da cultura africana e afro-brasileira e também da África Contemporânea.
Em São Paulo, o público poderá conferir alguns trabalhos inéditos, como o Retrato de Ana Maria, pintado por Panmela Castro, e Bori – filha de Oxum, de Moisés Patrício. A entrada do Sesc Pinheiros receberá o mural Romaria, de Emerson Rocha. Além disso, os figurinos do desfile da Portela no Carnaval foram incorporados à exposição. Neste ano, a agremiação carioca levou para a Marquês de Sapucaí um samba-enredo inspirado em “Um Defeito de Cor”. A ala das baianas desfilou de branco e azul, uma referência ao mar enfrentado na travessia da diáspora forçada. A figura de Iemanjá, orixá que representa os oceanos, esteve presente em uma ala e em um carro alegórico, marcados pelas cores preta e azul, referência ao Atlântico negro. Na bateria, as cores de Oxum, orixá das águas doces, predominaram.
Também fazem parte do acervo fotografias do nigeriano Iké Udé, além de peças raras de artistas baianos, a exemplo do Mestre Didi, do ferreiro José Adário dos Santos, J. Cunha, das bonecas de Valdete da Silva (Mãe Detinha), e colagens de Yêdamaria, uma das fundadoras do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira.