Segunda bebida mais consumida no Brasil, só perdendo para a água, o café é celebrado internacionalmente neste domingo (14), o Dia Mundial do Café. O poderoso grão movimentou mais de R$ 18,1 bilhões em 2023, segundo dados do IPC Maps, índice que avalia o potencial de consumo nacional há 30 anos.
O valor do ano passado representa um crescimento de 4,3% em relação a 2022 (R$ 17,4 bilhões), mostrando que a bebida segue se valorizando em todo o território nacional, inclusive na Bahia, que, no 5º lugar, responde por mais de R$ 1 bilhão dos investimentos do consumidor na bebida no ano passado. São Paulo lidera respondendo por quase R$ 5 bilhões do total, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
Os gastos levam em conta despesas com pó de café e cápsulas em casa, mas também os “cafezinhos” fora de casa, cada vez mais presentes no dia a dia dos moradores de Salvador e Região Metropolitana, e cada vez mais abertos aos grãos locais e regionais.
“Na Bahia, o município de Piatã se destaca como referência nacional e internacional. Desde 2009, quando o primeiro produtor local ganhou o Cup of Excellence, como se fosse a Copa do Mundo dos Cafés, a região está sempre nas primeiras colocações”, destaca Normam Coelho, à frente da marca baiana Garbo (@cafe.garbo), que trabalha apenas com linhas de pequenos produtores locais, inclusive da cidade em destaque, hoje exportados para países como Austrália, Noruega, Estados Unidos, Canadá e Japão.
“O que faz eles serem diferentes são as condições do terroir, junto com o trabalho cuidadoso dos produtores no plantio, manejo e secagem dos grãos”, destaca o também entusiasta, que já trabalhou em uma grande rede nacional do mercado antes de investir no sonho da marca própria.
“O mercado interno tem crescido ano após ano. Esses cafés já são encontrados em Salvador nos lotes do Café Garbo, no trabalho de torrefação exclusiva do Do Coado ao Espresso (@docoadoaoespresso) e em cafeterias especializadas”, revela Norman, se referindo ao empreendimento de micro torrefação, importante para o mercado por conta do tratamento adequado na hora da torra, que imprime qualidade ao café, e a espaços como o Garimpo da Barista (@garimpodabarista), na Rua do Timbó, na Pituba. Lá, a empresária Sara Carvalho, como o nome do projeto deixa claro, faz uma curadoria dos melhores cafés do Brasil, inclusive os da Garbo e outros da Bahia, sendo também um espaço para experiências, do consumo à compra, passando por cursos e oficinas.
Enquanto estiver por lá, sem pressa, que tal ler “História do Café”, de Ana Luiza Martins? O livro narra a trajetória de aventura e ousadia da bebida negra em todo o mundo. Com charme e bom humor, a historiadora fala das suas origens como planta exótica no Oriente à transformação em produto de consumo internacional.
O espaço conceito do Latitude 13 Cafés Especiais (@latitude13cafesespeciais), na Rua Dr. João Pondé, na Barra, é a “casa” da marca produzida entre Mucugê e Ibicoara, também na Chapada Diamantina. Lá, a experiência do cliente segue a proposta de, igualmente, ir além do ato de tomar café, sendo possível se inscrever em aulas teóricas e práticas de barista, torra e Latte Art, por exemplo, degustações e compra personalizada de grãos e acessórios.
Por lá, sugerimos uma pausa para ler “A Estratégia Do Cafezinho”, de Cláudio Rabelo, professor de disciplinas voltadas às novas mídias e aos contextos contemporâneos em Publicidade e Propaganda. A obra não somente é um convite para o café, mas usa o produto como uma metáfora para explicar a estratégia dos objetivos fundamentais para a gestão de qualquer marca.
Unindo a paixão pelo café e pela fotografia, o fotógrafo, empreendedor e marceneiro Adriano Viana está à frente do Café & Câmera (@cafeecamera), no Santo Antônio Além do Carmo, mais especificamente no canto direito da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, no nº 1 da Rua do Carmo.
“Tudo foi pensado como uma galeria, mas também como um espaço aconchegante da minha casa. As pessoas dizem que eu acabei abrindo as portas da minha casa para receber amigos para tomar café. A ideia é muito essa. As pessoas chegam e passam até quatro, cinco horas por aqui”, contou o proprietário ao Alô Alô Bahia, poucos meses após a inauguração do espaço, no ano passado.
Pois, sinta-se em casa, peça as delícias da casa, puxe uma cadeira e abra “A Pirâmide do Café”, um conto de fadas moderno, que apresenta um jovem ingênuo de cidade pequena que vai entendendo as complicações da vida em uma metrópole, onde consegue um emprego numa importante cafeteria. Ele acredita que o local é um universo extraordinário, que lhe oferece ótimas oportunidades, além das muitas e minuciosas regras do Manual do Café, que orientam seu trabalho no estabelecimento.
Um pouco mais à frente, no nº 34 da Rua Direita do Santo Antônio, fica a Nossa Senhora do Bom Café (@nossasenhoradobomcafe), casa focada em cafés especiais nacionais. Comandado por Nil Saldanha, entusiasta do universo da bebida, o espaço apresenta exposições, cursos, experiências imersivas e práticas, além de uma curadoria de outros produtos baianos, queijos e pães.
Aproveite as belezas do lugar para folhear “Café com Design”, que retrata o fascínio que as coffee houses exercem, pela arquitetura e design de seus interiores e, claro, pelo hábito do consumo de café, ingredientes básicos da magia desses lugares, em que as pessoas interagem, conversam, trocam informações, discutem e processam ideias.