Grande valorizador das religiões de matriz africana, Carlinhos Brown não perdeu a oportunidade, em uma data tão simbólica quanto a do encerramento do Festival Viva Salvador, neste sábado (6), de reforçar a importância de se celebrar a diversidade, ainda mais na capital baiana.
O cantor, durante o show “Salvador Capital Afro”, dentro das comemorações pelos 475 anos da cidade, comandado ao lado de Larissa Luz, evocou a conexão com o divino enquanto, no chão, interpretava um dos seus grandes sucessos, “Ashansú”. A música destaca uma das qualidades do orixá Omolu, também conhecido por Obaluaê, o orixá da medicina, da cura e da transformação.
“Orixá não é coisa que você olha na cara, né? Ele é o pai, você tem que baixar a cabeça. Estamos falando de onde os orixás resolveram se reunir para abençoar o povo e dizer que Deus está acima de todas as crenças, todas as religiões, e que essa é a grande regência da nossa alma: a religiosidade, a espiritualidade, a fé e o respeito a todos esses caminhos. Então, eu curvo, sim, a todas as espiritualidades, porque Deus é um só“, defendeu o artista.
Ao longo da carreira, Brown sempre fez questão de naturalizar sua relação com o candomblé, religião que eventualmente sofre preconceito, até mesmo na Bahia. Seja recebendo convidados com a tradição do banho de pipoca ou abrindo os caminhos com uma cerimônia do padê, como a que viralizou no Carnaval deste ano, o artista sempre recorreu à espiritualidade em sua arte.
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