Clássico em linguagem afro: premiado bailarino estuda projeto com o Balé Folclórico da Bahia

Clássico em linguagem afro: premiado bailarino estuda projeto com o Balé Folclórico da Bahia

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion

Lina Nunes e Andrew Eccles

Publicado em 01/04/2024 às 12:19 / Leia em 3 minutos

Único brasileiro a ganhar a medalha de ouro no exigente concurso internacional do Ballet Bolshoi, na Rússia, o bailarino Thiago Soares se prepara para um novo trabalho junto ao Balé Folclórico da Bahia (BFB), ainda sem uma data exata de estreia.

O carioca conheceu Vavá Botelho, fundador da companhia de dança, durante durante as lives que o BFB realizou durante a pandemia. “Ele foi um dos grandes artistas que fizeram parte do projeto ‘BFB ON LIVE'”, relembra Vavá, também diretor geral e coreógrafo da instituição.

“A partir desta aproximação, começamos a falar sobre a possibilidade de construirmos uma obra com base numa peça erudita, mas com a assinatura da nossa linguagem afro-brasileira“, explica o artista, que recebeu Thiago em Salvador em 2022, nos 35 anos da companhia, quando ele assistiu à coreografia “Bolero” e ficou encantado com o resultado do trabalho, versão afro da obra de Maurice Ravel.

Vavá Botelho

Desse primeiro “encontro”, surgiu o desejo de se unirem para a montagem de um novo trabalho para o BFB, dentro do mesmo projeto, iniciado nos 20 anos do balé, quando foi apresentada a versão afro da coreografia “Sagração”, com base na obra clássica “A Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky.

“Assim começamos a pensar com qual obra iríamos fazer nossa nova coreografia. Escolhemos duas: o ‘Lago dos Cisnes’ e ‘Romeu e Julieta’, mas optamos pela segunda, porque ele tem uma ligação muito forte com este repertório”, conta Vavá sobre a coreografia que Thiago mais dançou enquanto primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres, uma das mais prestigiadas companhias clássicas do mundo, da qual foi o primeiro bailarino por 14 anos, até 2020.

Após sua visita inicial, Thiago, que já passou por mais de 30 países como um dos bailarinos mais cultuados no planeta, esteve aqui por uma semana para ministrar um workshop para a companhia, conhecer os bailarinos e falar sobre o projeto. “Agora, estamos programando um retorno para começarmos efetivamente a montagem coreográfica. Mas, tudo isso tem um tempo pra acontecer. O mais importante é tudo ser lindo e impecável”, antecipa o diretor.

Balé Folclórico da Bahia

Fora dos palcos

Aos 42 anos, Thiago finalizou temporada do espetáculo “O Último Ato”, no Rio, no último dia 24, mas, apesar do nome, está longe de ser uma aposentadoria das sapatilhas. “Não vou parar de dançar tão cedo”, disse ao jornal O Globo. Na apresentação, que teve elogiada turnê internacional, ele passeia por estilos diversos, da dança de salão e urbana, ao frevo, samba e até parkour.

Em breve, o bailarino terá a trajetória pessoal contada no cinema, no filme “Um Lobo Entre os Cisnes”, dirigido por Marcos Schechtman e Helena Varvaki, ainda sem data de lançamento confirmada. O longa protagonizado pelo ator Matheus Abreu mostrará os passos dados pelo artista, da infância em São Gonçalo, ao estrelato mundial no universo da dança.

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