Responsável por levar a primeira festa de Iemanjá à capital francesa, a Associação Odoya Paris, fundada pelo cantor e compositor baiano Tom da Bahia, realiza a segunda edição da celebração cultural-religiosa na comuna de Saint-Ouen, cerca de seis quilômetros do centro da mundialmente conhecida ‘Cidade Luz’. O evento acontecerá no dia 11 de maio, a partir das 11h (horário local) no centro cultural La Serre Wangari, local que abrigará a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. ;
A programação da festa – consagrada na Bahia e pioneira na região do país europeu – contará com o tradicional culto à rainha do mar, que se estenderá a todos os orixás, capoeira, gastronomia baiana, além de apresentações culturais e muita música, com batucada de samba-reggae, maracatu e show de encerramento do anfitrião, o itabunense Tom Dantas. O evento é aberto ao público e estima receber cerca de 10 mil pessoas.
Assim como nas águas do bairro do Rio Vermelho, em Salvador, os presentes para Iemanjá também serão bem-vindos em Saint-Ouen, no entanto, o presidente da Associação Odoyá explica que, apesar da divindade ser oriunda dos oceanos, o destino das oferendas dos fiéis na França terá uma respeitável e justa mudança.
“A tradicional celebração religiosa na Bahia é no mar, porém na região francesa onde a festa será situada não é banhada por água salgada. Por isso, vamos pedir agô (licença) a mãe Oxum, que é a filha preferida de Iemanjá e rainha da água doce, para realizar a cerimônia de entrega dos presentes no rio. O rio vai ao mar, logo Oxum vai a Iemanjá. Será proibido materiais de plásticos e não biodegradáveis, tragam muitas flores e água de cheiro”, disse Dantas.
Entre as atrações confirmadas estão o grupo de batucada Vidaiá; Dj Çaravá; grupo de capoeira Angoleiros do Mar, liderado pelo Contramestre Fubuia; Caboclo de Lança Nêgo João; a rainha do carnaval europeu 2023, Mini Natty, e a afro dancer Ezzy.
Encarregada de disseminar a cultura baiana e afro-brasileira na Europa, a Associação Odoyá Paris afirma que a Festa de Iemanjá é, sobretudo, um viés de combate ao racismo religioso e protagonismo da população negra que vive no continente.