Depois de estrear na TV aberta francesa, a “Ópera dos Terreiros”, de Jorge Portugal e Aldo Brizzi, será tema de escola de samba do Rio de Janeiro em 2025. Segundo o Núcleo de Ópera da Bahia (NOP-Ba), responsável pela montagem do espetáculo, a ópera será tema da agremiação Em Cima da Hora. “O mundo da ópera e do carnaval, numa integração inusitada e surpreendente, já estão fervendo juntos, rumo ao Sambódromo!”, diz a publicação do núcleo nas redes sociais.
Composta entre 2018 e 2020, a ópera conta a história de amor entre um negro banto e uma negra nagô e já foi até tese de doutorado fora do Brasil. Agora, foi a escolha do carnavalesco Rodrigo Almeida para o enredo da escola carioca, fundada em 15 de novembro de 1959.
“‘Ópera dos Terreiros – O Canto do Encanto da Alma Brasileira’ é um enredo que vai abordar toda uma história de ancestralidade, de luta, de segredos místicos e de religiosidade. A gente vai contar como a ancestralidade se proliferou pela Bahia, em sequência pelo Brasil e pelo mundo. A gente começa falando desse místico da África, mais conectado com os inquices, os orixás e voduns, e segue contando como essa mística foi guardada nos terreiros de Salvador, onde as pessoas podiam ainda se sentir um pouco perto de casa, entre os seus”, explica Rodrigo.
Segundo ele, o ponto de partida é apresentar como os terreiros foram se tornando espécies de embaixadas, que guardavam danças, comidas, cantos e cultura, até ficarem pequenos e começarem a “transbordar” para as ruas de Salvador, dando vida aos blocos afro, onde os pretos podiam falar publicamente sobre negritude, suas histórias e crenças.
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