Pesquisadora brasileira desenvolve caneta que identifica câncer em segundos

Pesquisadora brasileira desenvolve caneta que identifica câncer em segundos

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Vivian Abagiu/Universidade do Texas

Publicado em 11/11/2025 às 09:20 / Leia em 2 minutos

A química brasileira Lívia Schiavinato Eberlin, professora da Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, desenvolveu uma tecnologia capaz de detectar, em apenas dez segundos, se um tecido é saudável ou cancerígeno durante uma cirurgia.

O dispositivo, conhecido como MasSpec Pen, apelidado de “caneta que detecta câncer”, está sendo testado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, no primeiro estudo clínico fora dos EUA, em parceria com a Thermo Fisher Scientific.

O funcionamento é simples: ao tocar o tecido suspeito, a caneta libera uma microgota de água que extrai moléculas da superfície. Essa amostra é enviada a um espectrômetro de massas, que analisa sua composição química em tempo real e identifica se o tecido é normal ou tumoral.

O resultado é instantâneo e dispensa o tradicional exame de congelação, que pode levar até uma hora e meia e exige que o paciente permaneça anestesiado durante a análise.

Segundo Lívia, em entrevista ao g1, o método traz mais precisão e segurança aos cirurgiões, especialmente em tumores de pulmão e tireoide, em que definir as margens do tecido afetado é um desafio. O estudo conduzido pelo Einstein acompanha 60 pacientes e deve durar 24 meses.

Pesquisas anteriores, publicadas na revista JAMA Surgery, mostraram acurácia superior a 92% na detecção de tumores.

Os pesquisadores brasileiros também investigam se a tecnologia pode identificar, durante a cirurgia, o perfil imunológico de cada tumor, informação essencial para definir o tratamento mais eficaz, como imunoterapia, quimioterapia ou abordagens combinadas.

Lívia Eberlin, natural de Campinas (SP), formou-se em Química pela Unicamp e fez doutorado nos Estados Unidos antes de fundar a startup MS Pen Technologies, responsável pelo desenvolvimento do equipamento. Após a conclusão dos testes no Brasil, a expectativa é que o dispositivo seja submetido à aprovação da FDA, nos Estados Unidos, e da Anvisa.

Pesquisadora Lívia Eberlin — Foto: Reprodução

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