Alexandre de Moraes suspende leis municipais que proibiam uso e ensino de linguagem neutra

Alexandre de Moraes suspende leis municipais que proibiam uso e ensino de linguagem neutra

Redação Alô Alô Bahia

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Redação, com informações da Agência Brasil

Reprodução/STF/SCO

Publicado em 20/05/2024 às 22:35 / Leia em 2 minutos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira (20) a lei da cidade de Ibirité (MG) que proibia o ensino de linguagem neutra nas escolas públicas e privadas do município. A norma também impedia o uso da linguagem pelos agentes públicos da cidade.

Na decisão, o ministro estabelece que municípios não podem legislar sobre normas educacionais, conteúdos curriculares e metodologias de ensino. No entendimento de Moraes, somente o Congresso Nacional pode tratar da matéria.

As decisões liminares serão apreciadas pelos demais ministros da Corte, em sessão de julgamento virtual que começa no próximo dia 31.

“A proibição de divulgação de conteúdos na atividade de ensino em estabelecimentos educacionais, nos moldes efetivados pela lei municipal impugnada, implica ingerência explícita do Poder Legislativo municipal no currículo pedagógico ministrado por instituições de ensino vinculadas ao Sistema Nacional de Educação e, consequentemente, submetidas à disciplina da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”, argumentou.

As decisões de Moraes foram tomadas em duas ações apresentadas em um pacote de 18 processos pela pela Aliança Nacional LGBTI+ (ALIANÇA) e pela Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH). As entidades sustentam, entre outros pontos, que as lei municipais impõem censura e compromete a liberdade de expressão e o direito fundamental de ensinar e de aprender.

Segundo as associações, a proibição acarreta censura a professores, que ficam impedidos de lecionar sobre o tema, e atinge a dignidade de pessoas não-binárias ao proibi-las de utilizarem a linguagem em que se sintam mais confortáveis. Além disso, relembram decisões do Supremo que reconheceram direitos da população LGBTI+.

A lei aprovada pelo Legislativo de Ibirité proibia o uso de linguagem neutra ou qualquer outra que “descaracterize a norma culta da Língua Portuguesa” nas escolas, repartições e documentos públicos. A norma previa punições administrativas, além de responsabilizações civis e penais.

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