O setor de consórcios atingiu um dos melhores resultados das últimas décadas no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), entre janeiro e maio de 2025 foram comercializadas mais de 2 milhões de cotas, somando R$ 105,38 bilhões em créditos. O volume representa o maior já registrado em 20 anos e reflete a busca por alternativas ao financiamento tradicional em um cenário de juros elevados.
Na Bahia, o desempenho também é expressivo. O estado registrou crescimento de 22% nas adesões de consórcios para motocicletas e de 11,1% para veículos leves, consolidando-se como um dos principais mercados do país. O avanço contribui para dinamizar setores como construção civil, comércio, oficinas mecânicas, serviços residenciais e automotivos.
Dados do IBGE indicam que a economia baiana cresceu 3,2% no primeiro trimestre de 2025, superando a média nacional de 2,9%. O desempenho foi impulsionado pelos setores agropecuário, industrial e de serviços. No mesmo período, foram criados 36.660 postos formais de trabalho no estado, que também registrou a menor taxa de desemprego em um primeiro trimestre desde o início da série histórica recente: 10,9%. Especialistas apontam que o avanço de linhas de crédito alternativas, como o consórcio, tem estimulado o consumo planejado e fortalecido cadeias produtivas locais.
Entre os profissionais que se destacam nesse cenário está Marlon Mendes, premiado como um dos principais consultores executivos financeiros do país por uma das maiores administradoras do setor. Ele movimentou mais de R$ 50 milhões em operações no último ano, com média superior a R$ 3 milhões por mês. Marlon atua em parceria com diversas administradoras de consórcio, bancos e fundos de investimento.
“Não sou corretor, sou consultor executivo financeiro. Minha atuação está voltada à estruturação de operações com foco em resultado, utilizando o consórcio como ferramenta para aquisição planejada”, afirma.
Segundo ele, o perfil dos consumidores na Bahia tem mudado: “Hoje vemos pessoas de diferentes faixas de renda usando o consórcio para empreender ou ampliar o patrimônio.”
Casos como o de Rafaela Lima ilustram esse movimento. “Ajudou a comprar minha casa própria”, afirma. “Facilitou as condições de pagamento pra minha casinha linda.” Pedro Oliveira também recorreu à modalidade para comprar um carro. “Me tirou do aluguel de veículos e melhorou minha renda”, diz. “Com certeza, mudou minha vida e pode mudar a sua.”
O mês de maio de 2025 foi o melhor da série histórica recente, com 464,8 mil novas adesões, maior número em dez anos. O segmento de serviços teve crescimento de 18,4% nas adesões e de 39,1% em créditos comercializados. Os consórcios de imóveis somaram mais de R$ 11 bilhões em créditos liberados, usados principalmente em aquisições, reformas e investimentos.
A expectativa da ABAC é que o setor cresça cerca de 8% até o final do ano, com destaque para os segmentos de imóveis, veículos e serviços. Em um cenário de recuperação econômica, o consórcio se consolida como uma alternativa de crédito planejado, com potencial para promover inclusão financeira e desenvolvimento regional — especialmente em estados como a Bahia.
