Para os catadores e catadoras autônomos de materiais recicláveis, o período de São João representa mais do que festa: é uma oportunidade de reforço na renda. Durante as celebrações em Salvador, como as do Parque de Exposições e de Paripe, esses trabalhadores recolhem resíduos gerados no evento e já recebem o pagamento no ato da venda, sem a intermediação de atravessadores.
Nos locais das festas foram montadas vilas juninas, onde são feitos o cadastro, a entrega de fardamento e equipamentos de proteção, além da pesagem e pagamento por quilo de material recolhido. A iniciativa, organizada por 11 associações e cooperativas de reciclagem em parceria com a ONG CAMA, integra o projeto Arraiá Sustentável e Solidário, que chega à quarta edição.
“A proposta conecta dignidade, protagonismo e comércio justo. Ao garantir o pagamento direto ao catador, promovemos autonomia, direitos sociais e cidadania”, afirma Ana Carine Nascimento, coordenadora do CAMA/Fórum Estadual Lixo e Cidadania da Bahia.
Este ano, cerca de 650 trabalhadores atuarão na coleta entre os dias 18 e 23 de junho. A expectativa é de recolher cinco toneladas de materiais recicláveis, como latinhas de alumínio, garrafas PET, plástico, vidro e papelão. O projeto busca desviar esses resíduos do aterro sanitário e estimular a economia circular inclusiva.
Em 2023, a ação movimentou mais de R$ 800 mil na economia baiana. Além de promover inclusão produtiva, o projeto reforça o potencial das festas populares como espaço de gestão ambiental responsável.