Uma pesquisa realizada pela JLeiva Cultura & Esporte com quase 20 mil pessoas em todo o país revelou que o gospel é hoje o gênero musical mais ouvido em Salvador. A informação foi divulgada, nesta segunda-feira(19), na TV Bahia.
Segundo o levantamento, 28% dos soteropolitanos colocam o gospel entre seus três estilos favoritos, à frente de gêneros tradicionalmente populares na capital baiana, como a MPB (24%), o sertanejo e o pagode (ambos com 19%).
O dado chama atenção por sinalizar uma virada no consumo musical da cidade, que historicamente é berço de ritmos como o axé, o samba e o pagode baiano.
Ainda que esses estilos mantenham presença expressiva, o samba, por exemplo, foi citado por 15% dos entrevistados e o axé por 14%, é o crescimento do gospel que mais se destaca.
O fenômeno acompanha a expansão da população evangélica no Brasil e o fortalecimento da música cristã em diversas plataformas. Nacionalmente, o gospel aparece em terceiro lugar na preferência do público, com 24%.
Um dos marcos recentes desse avanço foi o sucesso da canção “Bênçãos Que Não Têm Fim”, da cantora Isadora Pompeo, que ficou entre as 15 mais ouvidas no país em 2024 no Spotify e ultrapassou os 209 milhões de visualizações no YouTube. A faixa também ganhou força nas redes sociais, especialmente no TikTok e Instagram.
O recorte de gênero da pesquisa mostra que, em Salvador, o gospel é especialmente popular entre as mulheres: 34% delas preferem o estilo, contra 22% dos homens. Já em relação à faixa etária, o gênero predomina entre o público adulto.
Apesar da liderança do gospel, o estudo confirma que a capital baiana continua sendo um celeiro de diversidade musical. Gêneros como arrocha (10%) e reggae (9%) também aparecem acima da média nacional, este último com quase o dobro da representatividade em comparação com o restante do país (5%). Até estilos menos massivos, como música erudita e romântica, têm desempenho acima da média na cidade.
Os dados foram coletados entre fevereiro e maio de 2024 e fazem parte do estudo “Cultura nas Capitais”, que traça um panorama cultural das maiores cidades brasileiras.