Com forte presença no cenário energético nacional, a Bahia vem se consolidando como um dos principais polos de energia renovável do Brasil — e, agora, também como destino estratégico para novos negócios e investimentos internacionais no setor. Nesta quinta-feira (10), o estado foi destaque no segundo dia do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia 2025, realizado no Rio de Janeiro.
O evento reuniu autoridades, especialistas e empresários para debater os rumos do setor elétrico brasileiro, com foco especial no crescimento do Nordeste como principal polo de investimentos do país. Representando o governador Jerônimo Rodrigues, o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Angelo Almeida, participou da abertura e do painel que discutiu a importância da região no futuro da energia nacional.
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, em 2024, mais de 99% da energia gerada na Bahia teve origem em fontes renováveis, com destaque para a liderança nacional em geração eólica, que já responde por 35% da matriz estadual. Além disso, o estado ocupa a 5ª posição no ranking nacional de geração elétrica.
“Lideramos com responsabilidade e visão de futuro, mas também enfrentamos desafios. Precisamos garantir segurança jurídica para o setor, sem esquecer das populações do semiárido, que seguem vulneráveis diante das secas severas”, declarou Angelo Almeida.
Durante o fórum, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o texto da proposta de reforma do setor elétrico deve ser encaminhado à Casa Civil ainda neste mês, o que renovou as expectativas por avanços estruturais no segmento.
A Bahia também é peça-chave na infraestrutura de transmissão elétrica do país, funcionando como elo entre o parque gerador do Nordeste e os centros consumidores do Sudeste. Em 2023 e 2024, o estado foi contemplado em 9 dos 31 lotes de leilões de linhas de transmissão da ANEEL, totalizando mais de 5 mil quilômetros de novas linhas e cinco subestações de 500 kV.
Os investimentos previstos ultrapassam R$ 15 bilhões nos próximos cinco anos, ampliando a capacidade de escoamento da energia produzida no estado. Essa expansão é essencial para viabilizar empreendimentos de alto consumo, como data centers, iniciativas de inteligência artificial e, especialmente, projetos de hidrogênio verde, considerados fundamentais para a transição energética global.
